Presidente da Câmara e filho de Volpi, Guto permanece no cargo até nova eleição definir prefeito

Paula Cabrera

Guto Volpi (PL), presidente da Câmara de Ribeirão Pires e filho do prefeito Clovis Volpi (PL), assumiu, nesta terça-feira (27/9), a Prefeitura da cidade. Guto deve permanecer como prefeito interino até o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) chamar novas eleições. "Nossa missão é não perder prazos, os atendimento de demandas com SP e da União. Esses convênios são uma conquista do prefeito Clovis Volpi e vou cuidar disso para não perder. O resto é colorir um pouco", afirmou na cerimônia de posse.
Com a presença massiva de vereadores e de todo o secretariado, Volpi recebeu uma medalha de honraria, dada pela Câmara, e discursou sobre seu mandato de um ano e nove meses. "Entregar o comando, me deixa feliz porque, independente de ser meu filho, tem os mesmos princípios que os meus. Esta num estágio avançado no que paraliso minhas atividades. Tem sido gratificante entregar o mandato ao meu filho. Estou tranquilo, satisfeito, quero que a cidade tenha eleições o mais rápido possível", afirmou no encontro.
Volpi perdeu o mandato após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmar que a primeira votação de suas contas de 2012, foi válida e, assim, dizer que o Volpi deveria estar inelegível na campanha de 2020. Volpi concorreu com base em uma liminar que confirmava, na época, que a votação deveria ser invalidada, já que Volpi não pôde se defender no Legislativo. Com o pedido, a própria Câmara invalidou a votação e chamou uma nova, que inocentou o prefeito. Na tramitação
No Tribunal de Justiça, no entanto, foi confirmado que a primeira votação, que condenou Volpi, era a que deveria ser mantida. Com esse entendimento, o TSE avaliou que Volpi não estava apto a concorrer e invalidou a votação de sua chapa, tirando seu vice-prefeito, Amigão Dorto (PSB) do páreo também. "Eu fui condenado porque contratei enfermeiros e médicos durante o período eleitoral. Sabia que podia sofrer represálias, mas faria de novo, pela minha cidade", avaliou Volpi.
Com a situação, Ribeirão espera agora a marcação de novas eleições. A expectativa inicial de que o pleito acontecesse neste ano ainda, já foi praticamente descartada por Volpi. "Tínhamos o entendimento de que a eleição seria realizada em 90 dias, mas o acórdão já publicado é de que sejam chamadas novas eleições em até 90 dias. Ou seja, pode ser em dezembro ou no ano que vem", disse.
Especialistas ouvidos pelo JNC afirmam que a eleição, dificilmente, ocorre antes de fevereiro. O TRE  respondeu à redação que o prazo legal para o chamamento começa a contar a partir do momento em que a Justiça Eleitoral de Ribeirão Pires pede uma nova data. "A partir disso, o TRE tem até 20 dias para organizar e responder". Após a definição, o prazo de 90 dias passa a valer, já que devem ser feitas convenções partidárias e registro de candidaturas. "Teremos estabilidade enquanto isso. Não há oposição em Ribeirão Pires, todos estão de acordo em auxiliar o governo de Guto", afirmou Volpi.
Guto disse que seu pai deve ser um grande conselheiro de sua gestão interina, mas negou que Volpi assuma alguma secretaria. "A decisão foi tomada por ele", disse.
Volpi explicou que estará sempre disponível para conselhos, mas afirmou que não se sentiria bem no cargo. "Acho que não é conveniente. Nao tenho intenção de assumir qualquer compromisso nesse sentido. A gente ainda não sabe o que pode acontecer, mas confirmo que estarei sempre disponível para conselhos", concluiu.