Até dia 30, Estado quer limitar circulação e diminuir proliferação do vírus da covid-19

Paula Cabrera

O governador João Doria (PSDB) confirmou uma nova fase, emergencial, do Plano São Paulo. Com isso, os serviços essenciais deverão cumprir horário limitado de funcionamento e será adotado toque de recolher. Essa nova fase valerá de segunda (15/3) até o dia 30 de março. Num total, 14 novas atividades foram excluídas da abertura de portas, como lojas de materiais de construção, templos e igrejas, atividades esportivas coletivas, órgãos públicos escritórios O Estado estabeleceu ainda toque de recolher entre as 20h e às 5h da manhã. A expectativa é restringir 4 milhões de pessoas que estariam dentro desse grupo de 14 atividades em circulação.
Segundo o governo do Estado, São Paulo tem hoje 9.184 pessoas internadas em UTIs, um aumento de quase 30% em relação aos números do final de fevereiro
"Estamos no limite. Hoje, 53 municípios tem 100% da ocupação de leitos. Segunda eram 32 cidades. A velocidade de instalação da pandemia compromete a assistência. Estamos hoje com 87,6% de taxa de ocupação Estado. Temos hoje 9.184 pacientes. Número 47% maior do que no pico da primeira onda", disse o secretário Jean Gorinchteyn.
Segundo o secretário, a média é de 150 novas admissões em UTIs por dia, o que comprometeu todo o sistema de saúde estadual. "Temos 1.075 pacientes aguardando vagas via Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviço de Saúde). Se contarmos os registros regionais (como no caso do ABC) são 2.046 pacientes aguardando", disse Gorinchteyn.
Para diminuir a circulação de passageiros no sistema de transporte, o Estado solicitou que comércios e indústrias optem pelo escalonamento de horários. Dessa forma, indústrias teriam trabalhadores circulando entre as 5h e as 7h, trabalhadores de serviços entre 7h e as 9h e comércios entre as 9h e às 11h.
As escolas devem permanecer abertas apenas para alimentação e entrega de materiais e chips. O Estado colocou ainda um recesso entre segunda e dia 28 de março. Para escolas particulares e municipais também houve a recomendação de manter atividades on-line e aulas presenciais apenas em casos extremos. "A escola segue sendo prioridade, mas esse é mais um esforço para salvar vidas e ter funcionamento o mais breve possível das nossas crianças na escola", disse Rossieli Soares.