Prefeito tem agenda esvaziada e vereadores começam a se distanciar para testar terreno petista

Paula Cabrera

Pouco mais de uma semana após a derrota, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) começa a ser isolado por grupos políticos e vereadores da base governista da cidade e a sentir o gosto amargo da derrota.
O socialista, que não esperava esse resultado na urna, teria se sentido abandonado por vereadores recém-eleitos pela sua chapa. Ele chegou a articular uma frente para formar uma ampla oposição ao governo de Marcelo Oliveira (PT), no entanto, no meio do caminho, Atila teria sido escanteado das decisões e boa parte do grupo já caminharia para aceitar conversas com o PT.
Longe de ser unanimidade no meio político, muitos acreditam que após sair da Prefeitura, Atila deve perder forças e muitos já não querem ter seu nome ligado ao do prefeito. Nos bastidores, a informação é de que a situação seria muito parecida com a que ocorreu após a segunda prisão do prefeito, que culminou no seu impeachment.
Boa parte dos vereadores tem mantido conversas com petistas para testar o terreno para 2021. Isso envolve escantear Atila diretamente.
Com o fim das sessões ordinárias da Câmara e poucos dias sobrando de mandato, a sempre lotada agenda do prefeito tem sido tranquila.
O clima nos corredores da Prefeitura é de despedida. Além de decretar a demissão dos comissionados, a informação é de que cada servidor pode resolver sua situação com calma, sem necessidade de cumprir o horário completo de trabalho - bem diferente das cobranças do prefeito de que a equipe fique na administração enquanto ele estiver por lá. As reuniões na rua também minguaram.
A única ação tomada pelo prefeito que demonstra que Atila segue atento ao noticiário é a decisão de anunciar a operação guarda-chuva- nesta semana, Marcelo disse ao JNC que a administração não tinha dado nenhum andamento no programa de enchentes.
Atila segue ainda com o a expectativa de vir candidato à deputado estadual em 2022. A sua esposa, Andreia Rios (PSB), poderia vir numa dobrada. Para políticos consultados pelo JNC, a possibilidade só demonstra o esvaziamento da base de Atila e seu isolamento. Há quem diga ainda que longe dos holofotes, e da máquina administrativa, muitos outros apoios devem mudar de lado.
Vale lembrar ainda que em 2016, o então prefeito Donisete Braga (na época filiado ao PT), teve 62.169 votos. Já na campanha de 2018, para deputado federal, Donisete alcançou apenas 14.735 votos.

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