Governador teria estudo que mostraria colapso total da Saúde em 11 dias sem fechamento de comércios
Paula Cabrera com agências
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), avalia anunciar já nesta quarta-feira (3/3) a migração de todo o estado para a fase vermelha do Plano São Paulo, a fase com restrição total a comércios e serviços não essenciais.
Para bater o martelo sobre a medida, o governador fez uma reunião às 17h de hoje com todos os prefeitos do estado por videoconferência.
O presidente do Consórcio Intermunicipal e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB) afirma que nenhuma decisão foi tomada. "O encontro serviu para que Doria pudesse ouvir a realidade dos municípios e para entender se todos estão sintonizados com a mesma preocupação. Diante deste cenário e com um diagnóstico mais claro de cada cidade, o governador deve anunciar as próximas medidas de combate à Covid-19 de maneira unificada em todo o Estado", disse por meio de nota ao JNC.
A informação extraoficial é de que o governador teria mostrado estudos que apontam para um colapso total da Saúde em 11 dias, caso não haja o fechamento iminente das atividades. O estudo levaria em conta números diários de novos casos e internações em todo o Estado. Representantes de cidades do interior, principalmente do entorno de Araraquara, teriam sido os mais enfáticos a apontar problemas no número de leitos.
No Palácio dos Bandeirantes, algumas dúvidas ainda persistem sobre o formato. A primeira é quando começar a maior restrição: se já na quinta-feira (4/3), ou se é melhor preparar o estado em um ou dois dias para começar, por exemplo, no sábado (6/3).
Duas questões internas têm sido debatidas no governo paulista. Uma é a resistência do secretário de Educação, Rossieli Soares, a fechar as escolas.
Outra é até que ponto a Polícia Militar embarcaria na ideia, tendo em vista que a instituição é considerada apoiadora da linha defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia.
No ABC, a maioria dos prefeitos seria favorável a aumentar restrições. Mauá, Ribeirão Pires e mesmo São Bernardo sentem forte pressão no sistema de saúde municipal. Hospitais públicos e privados estão com 100% da capacidade de UTI ocupada. Santo André teria registros na casa de 89% e São Caetano também.