Vereadores Fernando Rubinelli e Adelto Cachorrão entraram com representação no MP pedindo apuração de falta de equipamentos

Paula Cabrera

O Sindserv (Sindicato dos Servidores de Mauá) confirmou nesta sexta-feira (24/4) que os coveiros do Cemitério Santa Lídia e do Vila Vitória receberam os EPIs (equipamentos de segurança) neste mês, após denúncia do JNC e pressão do Sindicato. Os vereadores Fernando Rubinelli (PTB) e Adelto Cachorrão (Republicanos) entraram com representação no MP (Ministério Público) pedindo apuração da situação.
O JNC divulgou no início do mês (9/4) o áudio de um servidor, que teria sido enviado ao sindicato, que afirmava que os profissionais da SSU (Secretaria de Serviços Urbanos), responsáveis pelos trâmites do corpo e do enterro, não haviam recebido EPIs para se proteger da situação, como macacões de proteção e máscaras. O servidor questionava ainda os trabalhadores de manutenção da cidade em geral em condições críticas de trabalho. Uma dessas servidoras, inclusive, estaria afastada por ter contraído o Covid-19 e um coordenador teria morrido. Presidente da entidade, Jesomar Alves Lobo confirmou a situação. "O coordenador morreu de Covid-19 e a equipe só foi afastada após solicitação do Sindicato. Nenhum dos outros profissionais testou positivo. A equipe também já voltou ao trabalho", confirmou Jesomar.
Após a denúncia publicada pelo JNC, macacões de proteção, óculos, luvas e máscaras foram entregues aos coveiros e servidores responsáveis pelos trâmites de locomoção dos corpos. "Estamos fazendo ainda um importante trabalho de conscientização, pois muitos só querem usar o equipamento quando são mortes confirmadas por covid-19. Nossa orientação é usar em todos os casos", disse Jesomar.
O presidente disse ainda que o sindicato tem feito diligências frequentes em equipamentos de Saúde para confirmar entrega de materiais aos profissionais da linha de frente no combate ao coronavírus. "Tem sido um trabalho constante, mas estamos aqui para apoiar os servidores neste momento", afirmou.

PREFEITURA CONFIRMA 13 MORTES NA CIDADE
Na denúncia divulgada pelo JNC no início do mês, a reportagem relatava ainda que havia a possibilidade de subnotificação das mortes ocorridas em Mauá. Servidores do Santa Lídia falavam em cerca de dois enterros por dia há pouco mais de uma semana. Desde então, a administração de Atila Jacomussi (PSB) já confirmou 13 mortes ocorridas no período. A Prefeitura, no entanto, segue sem divulgar óbitos suspeitos.