Prefeitos foram ao Estado reclamar de situação, que foi sido revista para as cidades da região
Paula Cabrera
Após críticas e pressão dos prefeitos do ABC, o governo do Estado liberou a flexibilização do isolamento social para as sete cidades da região a partir de 1º de junho. Os prefeitos de Mauá, Rio Grande da Serra e Diadema estiveram na noite desta quinta-feira (28/5) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, para pedir a flexibilização da quarentena nas cidades. A informação de bastidores era a de que São Caetano, São Bernardo, Santo André e Ribeirão Pires teriam conseguido a liberação, mas as outras três ficariam de fora e teriam ido ao governo pedir revisão da situação. Após longa reunião com o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, decisão foi de permitir a flexibilização em todas as cidades.
Vale ressaltar que quatro das cidades são governadas por tucanos- Adler Kiko Teixeira, prefeito de Ribeirão Pires, voltou ao partido no último mês de março- e ampliaram testagem de profissionais da Saúde e Segurança. Ribeirão Pires foi uma das que mais respeitou a quarentena, com índices de isolamento social de cerca de 60% em boa parte dos dias em que ocorreu a divulgação dos dados. Já Santo André e São Caetano tem feito testes em massa, já visando a reabertura do comércio. São Bernardo também tem ampliado testes e inaugurou o maior hospital para pacientes com covid-19 no Estado, fazendo com que a ocupação de leitos fosse uma das melhores em São Paulo, com média de 50%. Diante de tantos resultados, Doria teria permitido a inclusão das cidades na reabertura a partir de 1º de junho.
Mauá, Diadema e Rio Grande, no entanto, tem sido notícia constante por falta de leitos - Rio Grande precisou fechar parceria com Santo André, já que não possui UTI- enquanto Mauá e Diadema estariam sem leitos de UTI. Em Mauá, duas pessoas morreram aguardando transferência ao Nardini, em Diadema, a Prefeitura precisou firmar convênio com um hospital na zona Sul de SP para receber pacientes graves da cidade.
A permissão de incluir os municípios na reabertura parece tomada com critério político- como na capital- e não técnico e científico, como o alegado pelo governador.
Vale ressaltar ainda que cidades como Mauá e Diadema - que já operam no seu limite- são dormitório para trabalhadores da capital Paulista, ou seja, com shopoings, lojas e empresas reabertos, o transporte público municipal voltará ao seu pico. A reabertura do comércio da cidade também deve ser o colapso do sistema de Saúde já saturado. Nesta semana, o Brasil tem sido o epicentro mundial da doença, com mais de 1 mil mortes diárias.
O aumento de casos na região em apenas uma semana foi de 39% - pulando de 4.651 para 6.474 em apenas uma semana, aumento de 1.823 infectados. Foram 106 mortes no período, aumento de 26% em sete dias. Atualmente o ABC tem 558 mortes, contra 452 na última sexta.
A expectativa é de que shopings e comércio em geral possam reabrir com limitação de público, uso de máscara, álcool em gel e distancia mento de 1,5m.