Secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi, confirmou que a liberação da verba estaria em fase final
Paula Cabrera
Mauá está muito perto de conquistar verba de R$ 3 milhões mensais para custeio do Hospital Radamés Nardini com o governo do Estado. Nesta terça-feira (19/10), o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi, confirmou que a liberação da verba estaria em fase final. A expectativa é que os repasses sejam liberados ainda neste ano para o equipamento municipal.
Ao JNC, o prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), disse que a cidade já enviou documentação solicitada pelo Estado para deliberar o valor. O equipamento teria custo mensal médio de R$ 9,5 milhões, e a alegação da administração é que por atender pacientes de diferentes cidades o aporte de recursos estaduais e federais deveria ser mais efetivo.
O hospital faz, em média, 5 mil atendimentos mensais. Desses, cerca de 900 são para munícipes das cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires.
No início do ano, a Prefeitura já havia solicitado o aporte, via Consórcio Intermunicipal Grande ABC, sob a justificativa de que encontrava dificuldades para pagar exclusivamente os R$ 9 milhões ao mês que o Hospital Nardini demanda — Acácio Miranda, secretário executivo do Consórcio, participou de série de reuniões com o Estado para reforçar importância do repasse solicitado pelo prefeito Marcelo Oliveira.
Até 2018, o governo estadual ajudava a cidade com R$ 1 milhão ao mês, mas o dinheiro deixou de ser transferido por problemas na prestação de contas da administração do então prefeito Atila Jacomussi (SD). O repasse não é feito há quase dois anos. “Tenho conversado quase que diariamente com o Marco Vinholi. Eles pediram alguns documentos para nós, da Secretaria de Saúde. Isso, de fato, anima. Estamos no aguardo e ansiosos para receber esse recurso”, disse Marcelo.
Já Vinholi cravou nesta semana que o aporte é apenas questão de dias. O secretário tem estreitado relações com o ABC e, em visita à cidade, em julho, confirmou que as conversas já estavam adiantadas. "Mauá é uma das maiores cidades na Grande São Paulo, e o Estado entende que é necessário auxiliar nessa demanda de saúde", avaliou ao JNC, na época.
Houve, no passado, ainda em 2009, debate para estadualizar o equipamento, mas a luta foi perdendo força com o tempo. Caso a Prefeitura concretize o repasse, o Estado seria responsável por 30% da verba mensal de custeio do equipamento. Pré-pandemia de Covid-19, a unidade registrava média de 850 internações por mês, além de 1.000 atendimentos por dia no pronto-socorro do local.
No plano Plurianual da Prefeitura, apresentado na última semana na Câmara, uma reforma está prevista para o equipamento. "Estamos lutando pela saúde do nosso povo. Queremos dignidade e respeito, e isso passa diretamente pela melhoria do espaço", disse o prefeito ao JNC.
Marcelo também afirmou aguardar por retorno acerca do pedido de retomada do atendimento de hemodiálise. O convênio com o CTN (Centro de Tratamento em Nefrologia) se encerrou em 2013 e, desde então, parcerias esporádicas têm sido realizadas para redução da demanda. “Temos uma média de 200 pessoas que levamos a outras localidades para cumprir o tratamento. Buscamos a volta do credenciamento para a população em Mauá”, disse.
A Secretaria de Saúde do Estado e a Secretaria de Desenvolvimento Regional confirmaram que negociam com a administração para concluir os termos do convênio.
"Mauá é uma das maiores cidades na Grande São Paulo, e o Estado entende que é necessário auxiliar nessa demanda de saúde"
Marco Vinholi
Secretário de Desenvolvimento Regional