Moradora do Jardim Cruzeiro estava internada desde quinta na UPA da Barão e não resistiu

Paula Cabrera

Uma mulher de 66 anos morreu neste domingo (17/5) após não conseguir transferência da UPA Barão para um leito de UTI. Segundo relatos da família em redes sociais, não havia disponibilidade de UTI nem no Hospital Nardini, nem no Hospital de campanha municipal e o Hospital Mário Covas, que teria sido acionado, também não teria leitos vagos para receber a moradora. A situação mostra que Mauá poderia estar enfrentando um colapso no sistema de Saúde, com a possibilidade de casos mais complexos terem leitos negados, como ocorreu na Itália, por exemplo. A Prefeitura nega a falta de leitos e diz que o hospital de campanha tem apenas 20% da capacidade tomada.
No início da tarde, a mensagem dos familiares solicitando apoio viralizou nas redes sociais. Em conversa com o JNC, uma familiar da vítima explicou que ela estava internada desde quinta-feira (14/5), quando começou tratamento com cloroquina e azitromicina, mas começou a ter o quadro agravado e precisou ser entubada. O tratamento adequado, no entanto, dependeria do leito de UTI, segundo a família.

A administração do prefeito Atila Jacomussi (PSB) confirmou à reportagem que estava em contato com a família para tentar resolver a situação, mas a mulher não resistiu à espera e faleceu por volta das 17h.
O JNC já noticiou que o número de leitos de UTI na cidade poderia ser insuficiente. A cidade tem a maior letalidade entre as sete da região. Em Mauá, 15,2% dos casos de covid-19 acaba em morte, enquanto no Estado o número é de 8%.
Mauá possui apenas 19 leitos de UTI. São dez Nardini e, segundo a administração, quatro no hospital de campanha. Há outros cinco conquistados em parceria com o Hospital Vital.
Já leitos semi intensivos são 24 no Nardini - que tinha ocupação de 20 no dia 29 de abril- 26 no hospital de campanha e 24 no Vital. A administração afirma que o hospital de campanha tem apenas cinco internações. Não foram divulgados os casos no Hospital Vital.

Confira a nota completa da Prefeitura

A Prefeitura de Mauá lamenta a morte da paciente na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Barão de Mauá e presta todas as suas condolências aos familiares.

Informamos que a paciente já recebia atendimento em um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na UPA Barão de Mauá, entubada com respiradores, apresentando quadro agravado devido às comorbidades.

Vale frisar que uma transferência de um equipamento ao Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini ou ao Hospital Estadual Mario Covas depende da sinalização do Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) e também depende das condições clínicas para que a vida do paciente não seja colocada em risco.

No entanto, a paciente já se encontrava em leito de UTI da UPA Barão de Mauá, entubada com respirador, e dentro das condições clínicas, a mesma estrutura que foi ofertada no equipamento seria oferecida tanto no Hospital Nardini como no nosso Hospital Municipal de Campanha, o Cecco (Centro Especializado de Combate ao Coronavírus).

Sobre os leitos exclusivos a pacientes com a Covid-19, a taxa de ocupação na cidade é de 78%. Este dado equivocado de 100% de ocupação divulgado pelo SPTV foi um erro de comunicação entre o Consórcio Intermunicipal Grande ABC com a emissora de televisão, já que a entidade regional não tinha os dados atualizados sobre os novos números de leito de Mauá.
Temos ainda, por meio de parceria público-privada, 29 leitos no Hospital Vital, sendo cinco UTIs e 24 semi-intensivos, além do Cecco, com cinco UTIs e 25 semi-intensivos. A taxa de ocupação do Hospital de Campanha ainda não chegou a 20%.

Agradecemos a atenção.