Vereador questiona também decisão de não contratar costureiras da cidade para fazer os produtos

Paula Cabrera

O vereador Marcelo Oliveira (PT) protocolou uma indicação no gabinete do prefeito Atila Jacomussi (PSB) solicitando que a administração reveja a entrega de máscaras para que possa ser feita de maneira a abranger toda a cidade, preferencialmente pelos bairros com maior incidência de casos confirmados de covid-19.
Marcelo criticou ainda a decisão de Atila de fechar um acordo para fornecimento de máscaras com uma empresa do interior ao invés de investir em oficinas locais, como fez o prefeito de Santo André, Paulo Serra ( PSDB). Ele afirma ter protocolado também duas solicitações no gabinete de Atila para auxiliar o comércio local. "É muito difícil porque vemos, num cenário regional, Mauá esperando outras cidades tomarem decisões. Quando o prefeito as toma, faz como na situação das máscaras, sem cuidado. É preciso ter um estudo para entregar esse material e é preciso cuidado com o dinheiro público. Há informações de gastos exagerados para incluir uma etiqueta da Prefeitura. Para que? O munícipe quer receber a máscara e vai jogar fora essa embalagem. Por que não usar esse valor para auxiliar na renda das oficinas da cidade, então?", disse em live realizada nesta quinta-feira (4/6) com participações do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT) e o ex-vereador Paulo Eugenio Pereira (PT).

O JNC divulgou na última sexta-feira (29/5), que a administração de Atila pagou R$ 1,91 por unidade, valor total de R$ 859.500 mil, enquanto a reportagem conseguiu valores de R$ 1,50 e R$ 1,80 em orçamento com a empresa contratada. A diferença no preço unitário refere-se ao tipo de entrega escolhida e é de até R$ 184.500 no total a ser desembolsado. A administração afirma ter optado pelo valor de R$ 1,80, com a entrega feita pela empresa. A diferença de R$ 49.500 refere-se, segundo Atila, ao adesivo de cerca de 10×3 cm, com os dizeres "Fique em casa".

Confira a íntegra da nota da Prefeitura sobre as máscaras:

Máscaras adquiridas pelo município foram personalizadas com etiquetas, de ambos os lados, com um manual de instruções e logomarca da campanha da Prefeitura de combate ao Coronavírus e entregues no município (CIF-SP). Lembrando que seus preços sofrem variações continuamente em função do fornecimento de matérias primas, lei da oferta e da procura justificando eventual diferença de 6% em relação ao orçamento enviado pelo jornal.
O processo foi elaborado de acordo com as normas vigentes legais, tendo a participação por meio de cotação de diversas empresas de várias cidades e estados do país, e o menor valor foi o vencedor, atendendo todas as especificações técnicas contidas no termo de referência, sendo máscaras de altíssima qualidade, 100% algodão, passadas, laváveis, embaladas individualmente e com embalagem personalizada, que requer manipulação individual, além de entrega no município de Mauá. Lembramos ainda que o mercado tem variado de acordo com a oferta e procura de materiais de prevenção e combate ao coronavírus. Sobre a entrega, serão distribuídas em todas as regiões da cidade, em áreas de grande fluxo, feiras livres, avenidas e regiões comerciais. O cronograma segue horários e locais tradicionalmente de fluxos populares e estimamos distribuir todas as máscaras em um prazo de 10 dias.