Problema teria acontecido no quadro de luz, e teria sido corrigido rapidamente, na sexta-feira

Paula Cabrera

Um princípio de incêndio atingiu o Hospital de campanha de Mauá na última sexta-feira (6/8), antes do fechamento definitivo das portas do local. O JNC chegou a procurar a administração municipal e o corpo de bombeiros, após receber ligações sobre a situação, mas foi informado de que houve apenas um problema pontual com um fusível no quadro de força do espaço e que foi interrompido com prontidão, sem necessidade de auxilio do corpo de bombeiros.
Nesta terça-feira (11/8), no entanto, imagens de uma forte nuvem de fumaça subindo do hospital ganharam as mídias sociais. Pré-candidato à Prefeitura, Marcelo Oliveira ( PT) questionou o que poderia ter motivado o princípio de incêndio. Procurada novamente, a administração do prefeito Atila Jacomussi ( PSB) não se manifestou.
A Prefeitura de Mauá começou nesta segunda (10/8) o desmonte do espaço sob forte comoção de movimentos sociais.
As organizações UP (Unidade Popular), Movimento de Mulheres Olga Benário, PSOL Mauá, CPC (Comitê Popular de Cultura) afirmam que Mauá não conseguiria suprir a necessidade de leitos apenas com as 4 UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) e o Hospital Nardini.
Segundo eles, além de possuir uma das maiores letalidades no ABC, Mauá tem registrado uma crescente evolução no número de casos que tornaria fundamental manter o Hospital de campanha.
Nos bastidores, a informação é a de que o prefeito Atila preferiria não arranhar ainda mais sua imagem com a prorrogação dos contratos por mais um mês. O aditivo de acordo fechado com a Atlantic Transparência e Apoio a Saúde, responsável pela administração do local venceu no dia 8 deste mês. Já o contrato com a Pilar Organizações e Festas, responsável pela infraestrutura do espaço, venceu no dia 2 de agosto.
Ambas as contratações viraram motivo de denúncias e investigações por conta de supostos superfaturamentos de preços. Na infraestrutura do local, a administração de Atila teria gasto mais do que o dobro pago por Santo André pelo mesmo serviço. Já a contratação da Atlantic, que custou inicialmente R$ 3,2 milhões e no aditivo saiu mais $ 1,052 milhão, foi alvo, inclusive de operação chefiada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e segue no radar da Justiça por supostas irregularidades por crimes previsto em licitações, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro entre outros.