Polícia encontrou R$ 19,3 mil escondidos em dutos do ar

Paula Cabrera

Após ser alvo de ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e do Ministério Público, por supostas suposta irregularidades na contratação do hospital de campanha de Mauá, o secretário de Saúde Luís Carlos Casarin emitiu nota oficial ontem (17/6) e negou irregularidades. Na casa dele, em Jundiaí, foram encontrados R$ 19,3 mil, em espécie, dentro do duto do ar condicionado.
“Arrombaram a casa, começaram a vasculhar e pediram armas, drogas e dinheiro. Armas e drogas eu não tenho, nunca tive. Quanto ao dinheiro, eu imediatamente entreguei o que tinha, cerca de R$ 19 mil para pagar os pedreiros e ajudantes por uma reforma que estou fazendo (obra que também foi verificada na busca), visto que os pedreiros e ajudantes sequer têm conta bancária”, alegou.
O secretário afirma que os valores seriam totalmente compatíveis com a renda familiar e afirmou que teria poupado durante os últimos seis anos, quando também trabalhou como secretário de Saúde em Jundiaí. “Depois de quase seis anos ininterruptos como secretário de Saúde, guardei um pouco para reformar umas coisas em minha casa. Dinheiro absolutamente compatível com meus salários, sacados de minha própria conta. Tudo isso, logicamente, será devidamente comprovado.”
O secretário criticou ainda a conduta dos oficiais que participaram da operação, que teriam arrombado sua casa às 5h30. “Forçaram a entrada desnecessariamente. Estou bem. Apesar da violência e das marcas na vida que nunca irão passar, além do susto e do sofrimento de pessoas próximas, a Justiça prevalecerá", afirmou.
Ele negou ainda que vídeos que circularam nas redes sociais sejam de sua casa.

Entenda o caso
A denúncia tem como base matéria do JNC que aponta que Atila teria gasto mais do que o dobro de Santo André na estrutura do hospital- com capacidade para 30% menos atendimentos- a contratação de uma OSS (Organização Social de Saúde) para gerir o hospital entrou no radar da oposição e foi parar na Justiça. As duas contratações foram questionadas em processo entregue ao MP (Ministério Público) e ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) para possíveis investigações de má administração de recursos públicos. As denúncias no Gaeco foram feitas pelos vereadores Marcelo Oliveira (PT), Fernando Rubinelli (PTB), Adelto Cachorrão (Republicanos), Sinvaldo Carteiro (PSL) e Professor Betinho (PSL). O pré-candidato à Prefeitura, Juiz João Veríssimo também questionou o tema.
O prefeito Átila Jacomussi já foi afastado da prefeitura anteriormente quando teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores em setembro. No entanto, ele conseguiu voltar ao cargo após uma decisão judicial. Ele já foi preso durante uma operação da Polícia Federal suspeito de desvio de verbas de merenda.