Reportagem do JNC virou representação do vereador Fernando Rubinelli (PTB); os pais dos alunos poderão utilizar os cartões de R$ 60 em supermercados e estabelecimentos comerciais
Paula Cabrera
Após denúncia do JNC sobre a falta de amparo aos 22 mil alunos da rede municipal de Mauá virar representação no MP (Ministério Público), a Prefeitura confirmou que pagará um auxilio de R$ 60 por aluno matriculado nas escolas municipais ou na rede conveniada. O valor será entregue aos responsáveis do aluno, por meio de cartão alimentação, que deverá ser entregues pela direção escolar a partir da próxima semana. Os cartões serão entregues entre terça-feira (12/5) e sexta (15/5) e serão recarregados automaticamente uma vez por mês, inicialmente, pelos próximos três meses.
A partir de segunda-feira (11), as escolas municipais entrarão em contato com os pais, a fim de informá-los das datas de retirada dos cartões e assim evitar aglomerações de pessoas, respeitando a orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde), no combate à Covid-19. Os responsáveis pelos alunos começam a retirar o item no dia seguinte até sexta-feira (15), munido de documento com foto, sendo original ou cópia.
Segundo a Prefeitura, os cartões beneficiarão todos os alunos, mesmo em famílias com mais de um filho matriculado.
ENTENDA A DENÚNCIA DO JNC
O JNC denunciou em 23 de abril que Mauá era a única cidade do ABC que não havia uniformizado a entrega de alimentos para as crianças da rede municipal. Todos os outros seis municípios haviam liberado entrega de cestas básicas. Santo André entregou 33 mil cestas, para todas as crianças da rede. São Caetano e São Bernardo entregaram o benefício, inicialmente, para familias em maior vulnerabilidade social com renda de até três salários (cerca de $ 3 mil). Após a denúncia, foi imolantado o cartão merenda nos dois municípios e para todos os alunos. Diadema, Rio Grande e Ribeirão Pires atenderam famílias dentro dos programas sociais e também migraram para o cartão para todas as crianças na sequência.
Mauá, que possui cerca de 35% da cidade em situação de vulnerabilidade social, segundo dados do IBGE, não havia implementado nenhum programa. A situação gerou diversas críticas nas redes sociais por parte de mães de alunos e a repercussão do material do JNC virou representação no MP (Ministério Público), enviada pelo vereador Fernando Rubinelli (PTB).
O pedido de investigação foi protocolado em processo já em andamento no órgão, sobre fiscalização de ações no combate ao coronavírus. O gabinete de Atila teria chegado a receber uma manifestação do MP solicitando informações no dia 28 de sbril, mas a administração já corria para resolver o problema e implementar os pagamentos. Segundo documento assinado pelo secretário adjunto de Educação, Wagner Cipriano, as contratações para o vale merenda já estavam avançadas. O documento do secretário responde à solicitação interna, que teria sido feita após a reportagem, e é do dia 24.
MP pediu informações sobre repasse de merendas logo após denúncias do JNC