Paula Cabrera

Apesar de registrar o maior índice de letalidade do ABC e ter mortes registradas em servidores públicos por covid-19, Mauá é a única cidade que ainda não oferece a testagem aos funcionários de serviços de segurança e Saúde. A normativa de testagem rápida é nacional, do Ministério da Saúde, e prevê o envio de testes rápidos para servidores das Pastas, inicialmente, com sintomas gripais e servidores no grupo de risco, mas as cidades têm ampliado a aplicação, todas, menos Mauá.
Mauá tem uma taxa de letalidade de 15,6% e já registrou a morte de dois servidores da SSU (Secretaria de Serviços Urbanos) e de um médico por coronavírus, além de ter afastado 190 profissionais de Saúde por suspeita de contaminação, segundo relatório da administração do prefeito Atila Jacomussi (PSB) desta quarta-feira (13/5). No entanto, questionada se seguiria os passos das vizinhas que tem se empenhado nas testagens em massa, o governo de Atila afirmou que ainda, estuda a proposta, pois atualmente os testes disponíveis no país tem uma janela de detecção curta e
"os testes podem não surtir efeito dependendo do momento em que a pessoa se encontrar", segundo a gestão de Atila.

Nos bastidores, a decisão de não testar servidores estaria causando confusões dentro do núcleo duro do prefeito. Há informações de que importantes personagens do governo aconselharam a testagem em massa, principalmente na SSU, onde o número de casos é grande e as reclamações são mais constantes. Um servidor estaria internado, entubado, no hospital Vital e antigos assessores diretos do prefeito teriam sido contaminados na Pasta, mas os responsáveis por alertar o prefeito estariam irredutíveis em mudar de opinião e permitir a testagem.

Nesta semana, o secretário de Saúde José Luiz Casarin, chegou a aparecer em vídeo, na página oficial da Prefeitura de Mauá, onde afirma que a testagem do covid-19 só seria efetiva em uma pequena janela de tempo e que por isso o teste não seria recomendado em larga escala.
Na contramão de Mauá, cidades como São Caetano, São Bernardo e Santo André tem acelerado as testagens, conforme determina o Ministério da Saúde, em servidores da Saúde e Segurança, como guardas municipais e de trânsito. Ribeirão Pires, por exemplo, recebeu 1 mil testes rápidos do Governo Federal e fez testes em profissionais da Saúde da rede municipal, GCMs, profissionais de asilos e moradores dos asilos da cidade. "De recebermos mais testes, a Prefeitura já avalia ampliar a realização dos exames para outros grupos", diz a nota.

São Caetano faz testagem em funcionários, feirantes e ampliaram para diversos segmentos | Foto: Divulgação

Diadema diz ter adquirido "7 mil testes rápidos, pra aplicar de acordo com as normas do Ministério da Saúde, ou seja, profissionais de saúde e segurança".
Santo André tem feito cerca de 600 testes diários em profissionais da Saúde e também segurança. São Bernardo testou 10.800 profissionais das pastas e São Caetano além das testagens nos profissionais já feita, começa, nesta quinta-feira (13/5), os testes em motoristas. A cidade já ampliou a avaliação inclusive para comerciários.
Rio Grande da Serra também confirmou ter recebido testes rapidos, conforme normativa do Ministério da Saúde, e afirmou fazer a testagem em todos os profissionais dos serviços de Saúde e Segurança.

Confira a nota completa da Prefeitura de Mauá
Informamos que temos em pauta planejamentos referentes a testes rápidos em profissionais da Saúde e outras áreas essenciais. No entanto, ainda não há data para início dos testes porque estão escassos no mercado mundial. Além disso, há uma janela de funcionalidade porque a maioria dos testes presentes hoje no Brasil detectam apenas um momento da contaminação, portanto, os testes podem não surtir efeito dependendo do momento em que a pessoa se encontrar.