Paula Cabrera
A Câmara de Mauá confirmou nesta sexta-feira (13/12) a permissão para que os serviços de água da cidade sejam entregues para a Sabesp (Companhia de Saneamento de Mauá). Com a aprovação do acordo, a Prefeitura de Mauá aguarda data para assinar o contrato. A expectativa é de que o encontro com o presidente da concessionária aconteça ainda neste ano.
O projeto teve apoio da maioria dos vereadores, que não deixaram, no entanto, de fazer discursos acalorados sobre a decisão de aceitar o valor de R$ 3,2 bilhões como o passivo de dívidas entre o município e a empresa.
"O governo bateu, incessantemente, neste valor, mas resolveu aceitar agora, passivamente, essa decisão? Por quê?", questionou Adelto Cachorrão (Avante).
Com a falta de água em Mauá sendo uma das principais reclamações recebidas pelos parlamentares, o presidente da Câmara, Vanderlei Cavalcante, o Neycar (SD) afirmou que a entrega dos serviços se desenha como um grande passo para a retomada de crescimento. "A falta de água é frequente. Colocar fim nisso, abre espaço para podermos focar em outras necessidades", disse.
Segundo a Sabesp, a falta de água em Mauá deve acabar em até 90 dias após a após a empresa assumir os serviços. A promessa foi feita pelo superintendente da Companhia, Roberval Tavares, durante a audiência pública realizada no fim de novembro.
Segundo o superintendente, nos primeiros três anos de concessão serão investidos R$ 73 milhões na melhoria dos serviços. No total, a previsão é de que que sejam investidos R$ 332 milhões nos 40 anos de contrato. Desse valor, R$ 219 milhões serão destinados para investimentos. Os outros R$ 113 milhões serão encaminhados para o Fundo Municipal, para serviços como contenção de encostas, drenagem, resíduos sólidos e outros serviços ligados a sarjetas e guias.
A proposta foi aprovada pela Câmara no afogadilho. O prazo dado pela Sabesp termina no domingo (15/12)e a aprovação do marco do saneamento - que determina a necessidade de licitação para a entrega de serviços de água e esgoto em todo o país- chegou a ameaçar a possibilidade de o contrato ser assinado.
O secretário de Governo de Mauá, Paulo Sérgio Pereira, disse que a Prefeitura está tranquila com a situação. "O prazo era apenas para confirmação do acordo. Agora, aguardamos data. Segundo pesquisas, 81% dos moradores de Mauá são favoráveis à entrega dos serviços", disse.