Preocupado com falta de leitos, Estado diz que instalará 100 em quarteirão da Saúde para tentar reabertura em 15 de junho
Paula Cabrera
O presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (SD) confirmou na manhã desta quarta-feira (3/6) que a região seguirá em isolamento, com comércio fechado, nesta primeira fase de flexibilização do governo do Estado. Segundo o prefeito, a decisão foi confirmada em telefonema do secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, que informou que o ABC não mudará de fase no plano de reabertura gradual da economia nesta semana. Entre os motivos para manter os comércios fechados está a alta procura por leitos na região, que é de pouco mais de 80% na maioria das cidades. Para resolver a situação, Maranhão afirma que o Estado teria confirmado a entrega de 100 novos leitos para Diadema uma das cidades mais pressionadas nessa demanda. "Conseguimos do secretário o compromisso de, sábado (6/6), às 10h, uma visita ao Quarteirão da Saúde, em Diadema, onde serão instalados 100 novos leitos para atendimento de casos de Covid-19 na região, incluse para os pacientes da nossa cidade (Rio Grande Serra), possibilitando a reabertura gradual de atividades econômicas noABC na próxima semana", diz ele.
Apesar de ter liberado a possibilidade de reabertura após críticas e pressão dos prefeitos do ABC, o governo do Estado tem incentivado a permanência de isolamento em todos os municípios. Nessa semana (entre 26 de maio e 2 de junho), o ABC registrou alta de 46% no número de casos passando de 5.398 para 7.890 e 26% no de mortes, pulando de 493 para 626. Para se ter ideia, na semana anterior (de 19 a 26 de maio) essa alta tinha sido de 35% no número de casos - de 3.993 para 5.398 confirmações, já as mortes seguem o mesmo padrão de 26%, passando de 391 para 493. Em 15 dias a alta de contaminação foi de 50%.
A situação demonstraria a possível chegada no topo da curva de contágio e a reabertura do comércio neste momento poderia causar colapso na Saúde de toda a região.
Vale lembrar que Mauá, Diadema e Rio Grande, tem sido notícia constante por falta de leitos - Rio Grande precisou fechar parceria com Santo André, já que não possui UTI- enquanto Mauá e Diadema estariam sem leitos de UTI. Em Mauá, duas pessoas morreram aguardando transferência ao Nardini, em Diadema, a Prefeitura precisou firmar convênio com um hospital na zona Sul de SP para receber pacientes graves da cidade.