Ex-secretário de Segurança de Mauá se destaca na área e chega a ser cotado para chapas mistas com outros partidos; ele diz que decisão do partido será soberana

Paula Cabrera

O nome de Paulo Barthasar, o Coronel Barthasar, é um dos mais cotados para assumir um papel de destaque nessas eleições. Muito respeitado quando o assunto é segurança, o militar da reserva prestou serviços na Polícia Militar de São Paulo por 35 anos, com experiência em diferentes frentes, e em boa parte desse tempo, em cargos de chefia dentro da corporação. Barthasar tem ganho espaço como liderança e chegou a ser o nome ventilado em mais de uma situação para assumir o papel de vice numa chapa com outros partidos.

Com a decisão de entrar na reserva e abrir caminho para novos oficiais, os convites para ingressar na vida pública pipocaram em 2016, quando se filiou ao PTC e foi indicado para o papel de vice-prefeito na chapa do então candidato à Prefeitura de Mauá, Márcio Chaves (PSD). Daí para o convite para ocupar o cargo de secretário de Segurança Pública de Mauá foi um pulo.

"Foi uma novidade trazer para a Secretaria um coronel, com os cargos que ocupei. Tinha expertises que me ajudaram no trabalho. Integramos policiamento - partimos de uma amplitude de operação que nunca havia sido feito antes. Caminhamos bem enquanto havia autonomia. Eu assumia as funções pela capacidade técnica e não via esse cargo como político. Enquanto tinha autonomia, permaneci, mas quando vi que as interferências iriam prejudicar no caráter técnico, preferi me afastar", explica ele, que se desligou do governo de Atila Jacomussi (PSB) em 2018.

A visão de Barthasar no emprego das políticas públicas para a segurança também se destaca. Ele defende que a segurança do município passa diretamente pelo papel de zeladoria e auxílio de desenvolvimento de programas culturais. "Quando você toma conta de um lugar, a cultura de pertencimento é fundamental. Quando você acredita que a Polícia resolve tudo sozinha, está errado, porque isso pode induzir o jovem a acreditar em um comportamento ditatorial. Se não há opções de cultura e lazer, os jovens vão se rebelar. Então essa é a saída: a parceria, que ajuda a entender que a participação de segurança municipal passa por essa prevenção primária, que é permitir que você elimine o ambiente do crime. Você preserva a zeladoria, acaba com o ambiente social degradado. Se o jovem tiver escolhas, ele terá melhores opções além do mundo do crime", diz ele.

Entre os programas mais elogiados dentro de sua gestão na Segurança, estão o combate aos pancadões e também a parceria com a Casa do Hip Hop no desenvolvimento das atividades no Parque da Juventude, como as batalhas de Rap, que passaram a ter auxílio da Guarda Civil Municipal no monitoramento. A GCM, aliás, teve o primeiro concurso aprovado em anos após a chegada de Barthasar, que também colocou em dia questões de treinamento, uniformes e coletes. "Temos uma Guarda que está voltando a se reconhecer nesse papel de policiamento ostensivo. Quando chegamos, a moral de toda a corporação estava abalada por conta da falta de auxílio nessa estrutura tão importante. Fizemos o possível para reconhecer sua força e corresponde-la", diz ele.

Sempre educado, Paulo lembra que nos 35 anos em que esteve na corporação, nunca respondeu processo interno por qualquer motivo. "Em 35 anos trabalhando na rua, não respondi nenhum processo por abuso de autoridade, corrupção ou extorsão. Dentro disso, pautei assim também minha vida política. Tento sempre dar voz a todos e permitir que nossas vitórias sejam conjuntas", diz ele.

Casado há 31 anos e pai de dois filhos já adultos, Barthasar está atualmente filiado ao DEM e, apesar de seu nome ser muito cotado para assumir o papel de vice-prefeito numa chapa pura com o doutor Tchello Pierro (DEM), ele diz que atualmente é pré-candidato à vereador. "Sigo sendo um soldado. A decisão do DEM sobre minha posição nessas eleições será soberana", conclui ele.