Grupo formado por movimentos sociais fizeram passeata no Paço municipal

Paula Cabrera

Uma manifestação aconteceu nesta segunda-feira (10/8) contra o fechamento do Hospital de campanha de Mauá. Grupos formados por partidos políticos e por movimentos sociais se reuniram em frente ao local, no Paço Municipal para reclamar da decisão sobre o fechamento enquanto o número de casos segue em ascensão na cidade. O prefeito Atila Jacomussi (PSB) justificou o fechamento ao afirmar que Mauá é referência no combate à Covid-19. Ele mencionou pesquisa do Instituto Votorantim, que mostrou o município como o sexto com menor vulnerabilidade à doença na Região Metropolitana do Estado.

As organizações UP (Unidade Popular), Movimento de Mulheres Olga Benário, PSOL Mauá, CPC (Comitê Popular de Cultura) afirmam que Mauá não conseguiria suprir a necessidade de leitos apenas com as 4 UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) e o Hospital Nardini.
Protestam ainda que pelos dados apresentados pela Prefeitura de Mauá, Mauá seria uma das cidades com maior taxa de letalidade no Estado e uma das maiores entre as cidades da região - cerda de 10%. Além de lutar contra o fechamento, os manifestantes também deram visibilidade ao escândalo que envolve o atual prefeito e esquemas de superfaturamento da construção do hospital.
De acordo com boletim epidemiológico divulgado diariamente pela Prefeitura, a doença não está com tendência de diminuição na cidade. O mesmo ocorre com o número de infectados, que saltou de 862 para 2.345 no período, ou seja, cerca de 44 diagnósticos diários. No último boletim divulgado pela cidade, nesta segunda-feira, Mauá teria 2.345 casos confirmados e 221 mortes. Já no boletim do governo do Estado seriam 4.037 confirmações e 34 mortes.

Decisão seria política
Nos bastidores, a informação é de que Atila teria preferido não renovar contratos do Hospital de campanha, que venceram neste domingo (9/8), após ambos os acordos entrarem na mira do Ministério Público por conta de supostas irregularidades. A contratação da OS Atlantic, inclusive, foi motivo de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em junho.