Dados do governo do Estado confirmam 1.720 registros em Mauá, Prefeitura divulga 570
Paula Cabrera
Em meio a pandemia do coronavírus a diferença entre o número de casos divulgados pelo governo do Estado em Mauá é três vezes maior que o anunciado pela Prefeitura. A situação tem sido motivo de muitos questionamentos à administração do prefeito Atila Jacomussi (PSB), que tem sido acusada por adversários e usuários das mídias sociais de "maquiar" dados e assim dar uma suposta sensação de segurança quando, na verdade, os registros colocam a cidade entre as que possuem maior numero de ocorrências.
Para se ter ideia, nesta quarta-feira (17/6), Mauá seria a 15a cidade, no Estado, em número total de registros de covid-19, com 1.720 confirmações e 120 mortes, taxa de letalidade de 7%. Já a página do prefeito e da Prefeitura informam que a cidade teria 570 casos e 108 óbitos. Os números divulgados no Estado seriam três vezes maiores do que o informado pela administração de Atila. O registro de mortes seria 11% maior. Questionada sobre a situação, ainda em maio, a comunicação do prefeito informou que "existe delay na atualização de informações, Adolfo Lutz, laboratórios credenciados, rede privada, moradores que testam em outros municípios, horário de emissão dos boletins e realização dos levantamentos.É um desafio logístico estar tudo equiparado, todos os municípios tem diferenças".
No entanto, após a solicitação do JNC, a discrepância de dados ficou ainda maior. Todos os municípios da região registram o "delay" mencionado pela administração de Atila. No entanto, a diferença costuma ser menor. Diadema, por exemplo, confirmou nesta quarta 2.142 casos, enquanto o Estado aponta 2.135, ou seja, o número é maior no município. Já Santo André confirma 4.728 registros, no Estado, os dados de hoje marcam 4.131 casos, ou seja, o município também teria um número maior do que o passado pelo Estado. Nos dois casos, isso aconteceria porque há confirmações por testes rápidos, feitos pelo município que são repassados ao Estado e, por isso, demorariam mais para ser compilados pela Secretaria de Estado da Saúde.
A situação tem sido duramente criticada nas mídias sociais. Principalmente porque a situação poderia indicar que os testes rápidos a serem realizados no hospital de campanha ainda seriam minoria.
"Quem mente, senhor prefeito? Porque tanta diferença nos números?", questionou o vereador Adelto Cachorrão (Republicanos) nas mídias sociais.
O vereador Professor Betinho ( PSL) também costuma criticar as divergências de dados. "A população precisa saber a verdade, prefeito", afirmou em vídeos.