Pedido já foi enviado à Câmara, depois de Mauá ser alvo de operação do Gaeco por supostas irregularidades em hospital de campanha
Paula Cabrera
O vereador Marcelo Oliveira ( PT) protocolou nesta segunda-feira (15/6) um novo pedido de impeachment contra o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi ( PSB) após policiais civis e promotores público do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) realizarem na manhã desta segunda uma operação que investiga supostas irregularidades na gestão do hospital de campanha de Mauá. Um dos alvos da operação é o prefeito Átila Jacomussi.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Jacomussi e na sede da Prefeitura de Mauá, no gabinete do prefeito e na casado secretário de Saúde, Luís Carlos Casarin. Na casa do prefeito foram apreendidos dois celulares, um iPad, documentos e um notebook. O secretário de Saúde de Mauá, Luís Carlos Casarin, foram apreendidos dois notebooks, três HDs externos, um tablet, dois aparelhos celulares, documentos diversos que, segundo a operação, são de interesse da investigação, além de pastas de processos administrativos da Prefeitura de Mauá e R$ 19,3 mil em dinheiro. Há ainda informações de que dinheiro confiscado na operação teria sido localizado dentro de um aparelho de ar-condicionado, mas não foi divulgado em qual dos locais da apreensão.
De acordo com as investigações, pode ter havido irregularidades na contratação emergencial da OS Atlantic Transparência e Apoio à Saúde Pública para a gestão e operação do hospital de campanha construído na cidade para atender os pacientes com Covid-19. O valor da contratação do hospital foi de R$ 3,3 milhões para o prazo de 90 dias.
O Ministério Público apura se a OS Atlantic e a OS Ocean Serviços Médicos Ltda são a mesma empresa, já que funcionam no mesmo endereço. A Ocean já é investigada pela construção do hospital de campanha em Jandira.
Também há mandados de busca em Jundiaí, Caieiras e em São Paulo. São investigados crimes previsto na lei de licitações, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, entre outros.
ENTENDA O CASO
A denúncia tem como base matéria do JNC que aponta que Atila teria gasto mais do que o dobro de Santo André na estrutura do hospital- com capacidade para 30% menos atendimentos- a contratação de uma OSS (Organização Social de Saúde) para gerir o hospital entrou no radar da oposição e foi parar na Justiça. As duas contratações foram questionadas em processo entregue ao MP (Ministério Público) e ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) para possíveis investigações de má administração de recursos públicos. As denúncias no Gaeco foram feitas pelos vereadores Marcelo Oliveira (PT), Fernando Rubinelli (PTB), Adelto Cachorrão (Republicanos), Sinvaldo Carteiro (PSL) e Professor Betinho (PSL). O pré-candidato à Prefeitura, Juiz João Veríssimo também quesitonou o tema.
O prefeito Átila Jacomussi já foi afastado da prefeitura anteriormente quando teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores em setembro. No entanto, ele conseguiu voltar ao cargo após uma decisão judicial. Ele já foi preso durante uma operação da Polícia Federal suspeito de desvio de verbas de merenda.
Nota oficial da Prefeitura de Mauá:
"Recebemos com indignação a notícia da ação do Ministério Público na Prefeitura de Mauá. O processo, que deu origem a mesma, foi remetido ao MP em sua integralidade, todas as informações foram esclarecidas e há conversas diárias por vídeoconferência com os promotores. Entendemos como excessiva e desnecessária a iniciativa do Ministério Público. Estamos tranquilos em relação ao desenrolar dos fatos e certos de que demonstraremos, nos autos, a lisura de todo o processo. Salientamos que Mauá está na vanguarda do combate ao Coronavírus, notoriamente com ações eficientes e reconhecidas pela população e pela imprensa".