Paula Cabrera
Uma manifestação reuniu neste domingo (26/7) diversos manifestantes que marcharam do centro da cidade até a Prefeitura de Mauá "contra a opressão, represalia e retaliação da gestão Atila."
A ideia foi apoiar profissionais da Saúde que estariam enfrentando perseguição política da administração do prefeito Atila Jacomussi ( PSB) e solicitar a imediata recontratação dos profissionais demitidos.
A manifestação foi programada após a Prefeitura ter demitido quatro profissionais do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na noite de quarta-feira (8/7), por conta da participação os profissionais em uma live, promovida por um deles, em que debatiam a prestação do serviço durante a pandemia na cidade. O prefeito Atila não teria gostado do tom de críticas feitas pelos profissionais durante a conversa. Em um certo momento, um enfermeiro e um médico se emocionam ao falar de um amigo que estaria internado por não ter sido afastado das funções, apesar de ser parte do grupo de risco. O servidor sobre o qual os profissionais conversam é o enfermeiro Ronaldo dos Anjos, que faleceu dois dias depois do vídeo, gravado em 1º de julho.
O SindSaúde ABC (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do ABC) apoiou o ato e chegou a divulgar uma nota de repúdio à demissão dos profissionais. No documento, a entidade afirma que as demissões ocorreram por telefone, após os servidores anunciarem "em live nas redes sociais, as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos".
Ainda na nota, o SindSaúde afirma que profissionais do Samu já haviam participado de encontro com Atila, em abril, para enumerar dificuldades enfrentadas pela categoria por conta de problemas na administração da Saúde Municipal. Entre os principais pontos, estavam a falta de recursos e equipamentos, como máscaras, aventais, EPIs, e mesmo capacetes para os servidores da chamada motolância ou banheiro para que os profissionais possam usar no dia a dia, ou tomar banho antes de ir para casa. "Em plena pandemia, quando a população mais necessita de trabalhadores na linha de frente, no combate ao covid-19, o prefeito prefere demitir e impor a lei da mordaça do que corrigir o que está errado", diz o documento.
A Prefeitura de Mauá não se manifestou sobre o assunto.