Após decisão do TRE que causou instabilidade na política, prefeito diz que manter governo funcionando bem é melhor resposta

Paula Cabrera

"Estou tranquilo e focado na nossa cidade". Foi com essa frase que o prefeito Clovis Volpi (PL) recebeu o JNC nesta semana para falar do imbróglio judicial criado na cidade pelo ex-prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB). Após perder a eleição e ser considerado inapto pela Justiça Eleitoral para participar de qualquer eleição, o tucano ingressou com ação judicial para barrar o governo de Volpi, um dos mais bem avaliados em São Paulo no combate à pandemia.

Nesta semana, após sucessivas derrotas, ele conquistou o apoio do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) para cassar o registro da candidatura de Volpi e causou instabilidade na política local. "Nós ganhamos em primeira instância, em Ribeirão Pires; ele recorreu e o relator deu provimento a esse pedido dele (Kiko) de cassar minha diplomação. Nós perdemos em São Paulo, mas vamos recorrer ainda em São Paulo. Esses embargos devem demorar cerca de dois meses. Nada muda na nossa administração enquanto questionamos esse resultado", explica Volpi.

Segundo o prefeito, os trabalhos de recuperação da cidade - que contemplam zeladorias e ações nas áreas de saúde e educação, seguem a todo o vapor.

"Isso (a decisão) pode me doer neste momento, mas seguimos nosso trabalho pela nossa cidade que é o que importa neste momento. Ribeirão sofreu demais com o descaso dos antecessores e nós responderemos trabalhando", afirma o prefeito.

Nesta semana, Ribeirão foi destaque pelo avanço na vacinação contra a Covid-19 - o município planeja vacinar toda a população de mais de 18 anos até o dia 15 de agosto.

Na esteira da imunização de mais de 70% da população adulta, os índices de internação caem na cidade. A ocupação do hospital de campanha é a menor desde sua inauguração em 2020. O equipamento tem apenas três pacientes - ocupação de 7% da sua capacidade. As obras do Hospital Santa Luzia também devem ser retomadas em breve.

Para Volpi, tudo isso influencia na intenção de adversários de assustar moradores. "Nós não temos medo de trabalho. E sei que usarão essa decisão para assustar nossa cidade, mas quero acalmar a todos. Lutaremos para reverter a decisão e se for preciso, levaremos isso para Brasília", diz Volpi.

Entenda o caso
O TRE decidiu cassar na terça-feira (20/7) os diplomas de Volpi e se seu vice Amigão D´Orto (PSB) pela rejeição das contas de 2012 do atual prefeito. O imbróglio judicial sobre o assunto se arrasta há anos. Volpi pediu a anulação da votação das contas na Câmara de Ribeirão pois não teria feito a defesa do processo antes da votação. O Legislativo confirmou que não teria dado a Volpi "o direito à ampla defesa" e anulou a votação. O processo legal envolvia o comunicado à Justiça. O promotor de justiça não concordou com a decisão e fez o questionamento legal; o juiz de primeira instância confirmou parecer pela anulação da votação, o que confirmou a Volpi o registro de candidatura. Kiko então fez questionamentos em diferentes frentes e, nessa semana, conseguiu o apoio do TRE.

Como os processos não foram finalizados, Volpi pode recorrer na cadeira de prefeito.

Especialistas ouvidos pelo JNC dizem que a ação pode se estender por anos, já que não há um entendimento - decisão já fundamentada para ser seguida em todas as ações - sobre o tema.
Com isso, se o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) entender que houve a irregularidade, a chapa é cassada como um todo - incluindo seu vice Amigão D''Orto (PSB). O presidente da Câmara, Guto Volpi (PL), filho do prefeito, assume a cidade interinamente até o TSE agendar nova eleição. "Há ainda um amplo caminho jurídico a ser percorrido e faremos isso com calma. Quero acalmar a população no sentido de que nosso governo seguirá, sempre, pensando na população", conclui Volpi.