Documento solicita que funcionários retornem a partir da próxima segunda a cumprir jornadas nas escolas, mas fontes da Educação dizem que medida não teria sido validada

Paula Cabrera

Na semana em que o governo do Estado renova o isolamento social e SP chega a 3,4 mil óbitos por COVID-19, a Prefeitura de Mauá teria determinado que todos os servidores municipais da Educação deviam voltar a trabalhar em regime presencial a partir da próxima segunda-feira (11/5). A decisão ainda deve passar por análise a partir de segunda.
Documento ao qual o JNC teve acesso confirma que a solicitação foi feita na ultima quarta-feira (6/5) e determinaria que "a partir de segunda-feira dia 11 de maio de 2020, todos os servidores que não fizerem parte do grupo de risco (diabéticos, hipertensos, asmáticos ou indivíduos com idade acima de 60 anos) deverão retornar as suas atividades para alinhar o regime de revezamento". O JNC entrou em contato com a administração do prefeito Atila para entender o possível regime de revezamento e a necessidade de os profissionais voltarem a dar expedientes presenciais, mesmo sem o retorno das aulas, mas não recebeu resposta.
A partir da próxima semana, no entanto, a Prefeitura confirmou que pagará um auxilio de R$ 60 por aluno matriculado nas escolas municipais ou na rede conveniada. A possibilidade de retorno poderia auxiliar na entrega dos documentos.
O valor será entregue aos responsáveis do aluno, por meio de cartão alimentação, que deverá ser entregues pela direção escolar. A partir de segunda-feira (11), as escolas municipais entrarão em contato com os pais, a fim de informá-los das datas de retirada dos cartões. Os cartões serão entregues entre terça-feira (12/5) e sexta (15/5) e serão recarregados automaticamente uma vez por mês, inicialmente, pelos próximos três meses.
Vale lembrar que as reclamações sobre os regimes de trabalho e necessidade estar presencialmente em seus postos são constantes na cidade. O número de servidores afastados por Covid-19 seria grande entre servidores da SSU (Secretaria de Serviços Urbanos) e, entre os funcionários, o medo é de que ocorra o mesmo na Educação, caso a determinação seja mantida. Segundo fontes da Educação, o documento seria verdadeiro, mas a administração estaria considerando recuar após pressão.
Mauá é a cidade com a maior taxa de letalidade. São 195 casos confirmados e 30 mortes, taxa de 15,38%, enquanto no Estado esse número é de 18%. Já os leitos também já são motivo de preocupação. Mauá tem taxa de ocupação de cerca de 80%. A recomendação no Estado, para professores e equipe de Educação, é regime home office,com possibilidade de entrega esporádica de materiais em regiões carentes.