Como se já não bastassem todas as ansiedades que a atual pandemia do novo coronavirus vem causando em todos os brasileiros, seja pela doença propriamente dita ou pela crise na economia que foi difundida, muitas mulheres sofrem ainda com algo muito pior, que gera danos físicos e acima de tudo psicológicos: a VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.
Diante do isolamento social, as famílias, que deveriam ser abrigo para todos nós, em muitos casos são as mais terríveis ameaças para muitas mulheres, tanto que, após decretada a pandemia mundial, o índice de denúncias quanto a violência doméstica aumentou em cerca de 40% no Brasil.
Apesar do volume de denúncias ter aumentado, esse aumento no número de agredidas por seus companheiros escapa muitas vezes das estatísticas, já que por estar 24h por dia sujeita a presença do agressor, muitas vezes a vítima não consegue se desvencilhar nem mesmo para realizar a denúncia necessária.
Pensando nessas mulheres, uma série de "atalhos" foram criados para que possam denunciar seus agressores e assim abrir os olhos de todo o sistema quanto a tais vítimas. O aplicativo da rede de lojas Magazine Luiza desenvolveu um botão onde, através de um clique, a vítima pode realizar sua denúncia, muitas vezes fingindo que irá realizar uma compra online e assim não levantar suspeitas no agressor. No mesmo sentido de possibilitar uma "denúncia silenciosa" o Conselho Nacional de Justiça também instituiu a campanha "SINAL VERMELHO CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA" que consiste no ato de a vítima fazer um "X" na palma de sua mão, que pode ser feito com caneta ou mesmo um batom, sinalizando que está em situação de violência, o que fará com que um atendente de uma das farmácias participantes de tal campanha identifique o sinal e realize imediatamente uma ligação ao 190, comunicando a situação.
Além de tais medidas nacionais, em nível mundial, o Instituto Avon da Argentina, do grupo Natura &Co, por exemplo, teve a ideia de fazer uma campanha global #isoladassimsozinhasnão para todas as marcas da companhia, onde a finalidade é que cada pessoa passe a prestar atenção nos ruídos da vizinhança, a fim de constatar possíveis atos de violência.
No nosso país, a campanha ainda foi um passo além ao instituir uma Caixa de Diálogo no aplicativo Whatsapp em parceria com o UBER, onde é realizado o rastreamento das necessidades da vítima e o nível de risco a que ela está exposta, disponibilizando inclusive uma corrida gratuita pelo Uber até o destino do socorro.
Enfim, são inúmeras as iniciativas para que consigamos combater a violência doméstica, não só no nosso país, mas no mundo. Acima de tudo, devemos proteger as vítimas e assegurá-las que não sofrerão retaliações diante da denúncia, já que só a partir dela poderemos interceder, seja como Estado, amiga, advogada, familiar ou simplesmente como mulheres que apoiam umas as outras.