Paula Cabrera

Mauá tem a maior taxa de letalidade no enfrentamento ao Covid-19 em relação aos outros municípios do ABC. Com 20 mortes confirmadas do vírus e 121 casos, o índice de mortes é de 12% em relação ao total de doentes. No Estado de SP, o índice é de 8%.
Na pesquisa feita pelo instituto ABC Dados o número é ainda maior, 15%, já que leva em conta os dados divulgados na ultima segunda-feira (27/4), com 17 mortes.
A situação coloca ainda um alerta no serviço de Saúde municipal. O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB) revelou que até o momento 80% dos leitos do Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini foram ocupados. Dos 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sete estão ocupados. Nos demais 24 leitos, 20 já contam com pessoas infectadas. Para tentar atenuar isso já foi assinado um acordo como Hospital Vital para mais 24 leitos e agora aberto um hospital de campanha com 30 novos leitos e respiradores.
No entanto, segundo a ABC Dados, o número de casos dobra a cada sete dias na região, no passo que os leitos de UTI precisam de cerca de 15 dias para serem desocupados. Nesse passo, a Saúde da cidade pode colapsar em cerca de 21 dias.
O isolamento social é a melhor opção para evitar a sobrecarga no serviço público de saúde, no entanto, em Mauá a situação segue complicada. Menos de 48% dos habitantes permanecem em casa e, com o pagamento do auxílio social pela Caixa, o número de pessoas que furam o isolamento e vão para rua só aumenta. Com 35% da população em situação de vulnerabilidade social, os números podem piorar ainda mais nos próximos dias.
A administração de Atila diz que trabalha para garantir que o Hospital de campanha auxilie a cidade nesse período e que os 30 leitos podem ser dobrados em 72h.