A primeira rodada do Inquérito Epidemiológico de São Caetano do Sul, realizada de sábado a segunda-feira (30/5 a 1/6), mostra que 2,67% da população da cidade já teve contato com o coronavírus. O estudo é uma parceria da Prefeitura, que realiza os testes rápidos nas casas dos munícipes sorteados, com a USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), responsável pela pesquisa junto aos moradores.

Foram realizados 861 testes, com 23 resultados positivos. De acordo com a estimativa da pesquisa, o percentual de 2,67% da população positivada indica que 4.304 moradores de São Caetano do Sul (do total de 161.127 habitantes) já tiveram contato com o coronavírus na cidade.

Os números confirmam que a maioria, assintomática, está fora dos casos oficiais notificados, que somavam 1.101 no sábado, dia do início das entrevistas. A relação de casos estimados na pesquisa / casos oficiais notificados é de 3,9 por 1.

O resultado positivo para o morador assintomático significa que ele já teve o contato com o coronavírus e seu organismo já desenvolveu anticorpos de proteção contra um eventual novo contágio.

Já nos casos dos sintomáticos, o resultado positivo indica doença ativa, com o paciente sendo monitorado e recebendo a recomendação para manter o isolamento domiciliar, ou encaminhado a uma unidade hospitalar, dependendo da gravidade.

A segunda rodada do Inquérito Epidemiológico será realizada nos dias 13, 14 e 15 de junho – no total serão quatro rodadas, sempre a cada 15 dias. “A partir daí vai nos mostrar os parâmetros da evolução da pandemia na nossa cidade. A cada quinzena veremos a curva de transmissão, se crescente ou decrescente, por meio de um indicador fiel. Este é um instrumento de planejamento que nos permite traçar a melhor estratégia de combate à covid-19 e também, no futuro, de flexibilização da quarentena, sempre em consonância com o governo do Estado”, ressaltou o prefeito José Auricchio Júnior, no primeiro dia da ação.

Profissionais de Enfermagem da Prefeitura e pesquisadores da USCS saem às ruas em 16 duplas – todas testadas e paramentadas, garantindo a própria proteção e também a da população. Ao término das quatro rodadas, o estudo terá ouvido e testado 3.440 moradores.

“Este é um grande avanço nas estratégias de combate à pandemia. Vai nos dar uma dimensão precisa de quantos casos temos na cidade, já que muitos dos assintomáticos não são notificados”, explicou no sábado o então reitor da USCS, Marcos Bassi. “A Universidade Federal de Pelotas fez uma ação semelhante e descobriu que o número de casos no Rio Grande do Sul era seis vezes maior do que o de notificados. Isso possibilita ao governo adotar ações mais específicas de controle da transmissão do coronavírus”, concluiu o diretor do Instituto de Pesquisa (Inpes) da USCS e sucessor de Bassi na Reitoria, Leandro Prearo.

O estudo traça o perfil do entrevistado: hábitos, medidas de isolamento, local de residência, gênero, faixa etária e renda, entre outras informações. Somado ao teste, este questionário permite mensurar o percentual de habitantes com anticorpos da covid-19; percentual de infecções assintomáticas; velocidade de expansão ao longo do tempo; e a letalidade do vírus.

“Teremos indicadores mais precisos da evolução da pandemia no nosso município, para, quando estiver controlada, retomar as atividades que estão suspensas de forma muito criteriosa e cuidadosa, evitando o aumento de casos”, corroborou a secretária municipal de Saúde, Regina Maura Zetone.

Por Mark Ribeiro

Fotos Inquérito 08 e 19: Eric Romero / PMSCS
Inquérito04: Luciano Cruz / USCS
Inquérito02: Ana Paula Lazari / USCS