Nesta terça-feira, vereadores decidiram vetar decisões de prefeito em projetos de autoria dos parlamentares

Paula Cabrera

O prefeito Marcelo Oliveira (PT) segue amargando derrotas na Câmara de Mauá. Após relativa calmaria, o chefe do Executivo teve hoje quatro vetos à projetos de parlamentares derrubados pelos vereadores durante a sessão. Com a situação, a Prefeitura deverá levar à Justiça as propostas em processos de ADIN (Ação de Inconstitucionalidade), para confirmar que os pedidos não poderiam ter sido aprovados. O desdobramento é comum, mas demonstra clara medição de forças entre os poderes e falta de unidade entre Executivo e Legislativo.
Das quatro propostas, uma era de autoria do vereador Alessandro Martins (PDT), uma para adoção da educação ambiental como disciplina nas escolas municipais. Já o vereador Mazinho (Patriotas) teve o pedido de suspensão de exigibilidade para protesto de dívidas de IPTU vetado. Por último, o presidente do Legislativo, Zé Carlos Nova Era (PL), viu seus pedidos para adoção de quadras e outro para adoção de praças serem barrados pelo prefeito. Dos pedidos, três tiveram apoio de 21 vereadores para derrubar o veto. A proposta de Mazinho teve 13 votos de apoio.
Para tentar conter ânimos, o secretário de Planejamento Urbano e um dos braços diretos de Marcelo, Rômulo Fernandes, esteve na Câmara para ouvir os parlamentares e confirmar que o prefeito segue à disposição para conversas. O gerente de comunicação da Prefeitura, Leandro Laranjeira, também esteve no local. Já no Executivo, o secretário de Governo e articulador Leandro Dias tem aumentado o número de encontros com parlamentares.
O chefe do Executivo parecia navegar em águas mais calmas, com seus pedidos passando sem grandes discussões no Legislativo. Exemplo disso foi o projeto para contratar profissionais na Educação, de maneira emergencial, que foi aprovado em primeira e segunda discussão sem causar alvoroço.
Do chamado G-14, grupo composto pelos vereadores Zé Carlos Nova Era (PL), Márcio Araújo (PSD), Mazinho (Patriotas), Ricardinho da Enfermagem (PSB), Sargento Simões (PSD), Eugênio Rufino (PSDB), Vaguinho (PSD), Wiverson Santana (PL), Leonardo Alves (PSDB), Wellington da Saúde (PP), Samuel Enfermeiro (PSB), Jairo Michelangelo (PTB), Madeira (Patriotas) e Admir Jacomussi (Patriotas), pelo menos cinco teriam conversas avançadas com Marcelo e muitos tem sido vistos, com frequência, na Prefeitura e no gabinete do prefeito, mas ainda não definição neste cenário.
Questionado sobre a situação, o presidente da Câmara e líder do G-14, Zé Carlos Nova Era afirma que o posicionamento do grupo sempre foi de votar à favor dos interesses da população. "Nunca estivemos contra o Marcelo e nem queremos ser oposição. Trabalhamos pelo melhor para a cidade", afirmou.