Nos bastidores informação é de que Atila teria usado empresa de tapa-buracos para fazer asfaltamento; administração não respondeu questionamentos

Paula Cabrera

A nova marginal, inaugurada nesta quinta-feira (3/7) pelo prefeito Atila Jacomussi ( PSB) tem gerado uma série de questionamentos nos bastidores políticos da cidade. Isso porque a obra, promessa antiga de vários prefeitos da cidade, teria saído do papel sem licitação apropriada. O asfaltamento teria sido feito mediante contrato do serviço de tapa-buracos e recapeamento asfáltico, fechado pela Sama (Saneamento Básico de Mauá), o que seria irregular e poderia provocar manifestações no MP (Ministério Público). O JNC pediu informação sobre o contrato em diferentes ocasiões à administração mauaense, mas não recebeu retorno. A reportagem busca contratos desde o dia 18 de abril, quando o prefeito anunciou o início das obras. Os contratos de asfaltamento feitos na secretaria de Obras, possuem autorizações apenas para vias do Jardim Kennedy, Feital e redondezas. O secretário de Obras, Gilberto João de Oliveira, não respondeu aos questionamentos da reportagem.
A única empresa com possibilidade de atendimento no período foi a Oestvalle, que tem contrato via Sama para recapeamento de vias e não asfaltamento, o que seria o caso da obra.
O JNC levantou um único contrato da possível obra, e também partiu da Sama. O contrato com a LDL Eirelli para construção de "proteção de adutoras DN 600 e 300mm. Avenida Marginal - Jardim Rosina" no valor de R$ 318 mil. O contrato foi fechado por meio de carta convite, em 20 de março, com prazo de execução de 90 dias.
A obra inaugurada nesta quinta, no entanto, atende um trecho de asfalto bem longe do Rosina - no Jardim Miranda que liga o bairro a outros do entorno até a Castelo Branco, no Zaíra. O único contrato de asfaltamento que atenderia a região foi assinado em 2017, com validade até 2018. Já o acordo disponível no portal transparência que fala sobre a "marginal" é de 2013 e prevê " contratação de empresa para execução de trecho da avenida marginal ao rio Tamanduateí/ Corumbé/Stanquin", que terminou em outubro de 2013.
A nova marginal tem sido uma promessa constante aos moradores do eixo Barão de Mauá para desafogar o trânsito local, saturado principalmente pelos ônibus municipais que ocupam uma faixa exclusiva na avenida. A proposta previa uma nova faixa que desviasse o fluxo de veículos da região em todo o eixo até o centro. A faixa entregue, porém, é bem menor e atende apenas o fluxo dos bairros como Miranda Feital, Santista e proximidades.