Cruzeiro de Pedra, que completou 61 anos, teve azulejos históricos pintados de azul e amarelo por equipes da SSU
Paula Cabrera
Tombado como bem cultural material da cidade, o Cruzeiro Sagrado Coração de Jesus, que "retrata a religiosidade e o saber fazer dos cortadores de pedra ou canteiros" foi descaracterizado pela administração do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB). A cruz, que fica na Vila Independência, foi pintada nas cores amarela e azul, que credenciam a atual gestão. Azulejos do período histórico foram preenchidos com tinta pelas equipes da SSU (Secretaria de Serviços Urbanos de Mauá), que já estaria em contato com o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) de Mauá para reparar os danos.
O espaço foi inaugurado em 3 de maio de 1959 e é um dos 15 patrimônios tombados na cidade e que recebem cuidados específicos para preservação histórica. O JNC tentou contato com o Condephaat, mas conseguiu apenas a confirmação de que houve problemas, mas não o retorno sobre o que foi proposto para corrigir a situação e recuperar os azulejos históricos, assim como a cruz, que completaram 61 anos em 2020.
Essa não é a primeira polêmica nos cuidados ministrados pela administração na zeladoria da cidade. A troca de cores para o azul e o amarelo causou controvérsia ao longo de todo o mandato de Atila, que chegou a pintar postes de amarelo na região central da cidade, assim como muros e gradis. Na administração interina de Alaíde Damo (MDB), as cores começaram a ser retiradas e trocadas por azul. Mais uma vez o assunto voltou a ganhar as mídias sociais "pelo desperdício de dinheiro público", já que o amarelo voltou a ser usado com o retorno de Atila ao poder.
A administração foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.