Prefeitura divulgou nas mídias sociais que usaria valor para dar prosseguimento em obras do Complexo Hospitalar Santa Luzia
Paula Cabrera
A Prefeitura de Ribeirão Pires anunciou nesta quarta-feira (1/7) o cancelamento da festa do chocolate deste ano. Segundo o
prefeito de Ribeirão Pires, Adler Teixeira, o Kiko (PSDB), o recurso que seria utilizado para o evento será destinado ao projeto do Complexo Hospitalar. O prefeito, inclusive, já assinou a ordem de início para a retomada das obras do Complexo Hospitalar Santa Luzia. A assinatura se deu durante vistoria à construção.
“Desde 2017, nós mantivemos diálogo aberto com o Governo do Estado, apresentando e reiterando, de forma permanente, o pleito de recursos necessários à retomada e conclusão do Complexo Hospitalar Santa Luzia. Em 2019, tivemos o compromisso do governador João Doria de liberar a verba. Infelizmente, por conta da pandemia, não será possível ao Estado realizar o aporte. Compreendemos as razões do Estado e, sabendo a importância da preservação da obra do hospital, destinaremos recurso municipal, que seria usado no Festival do Chocolate, para retomar a construção do equipamento”, declarou o prefeito Kiko.
Para a oposição, o anúncio tratou-se de "politicagem", já que a verba necessária para a retomada da obra é maior do que o valor aplicado pela administração de Kiko em 2019 no evento, quando foram investidos R$ 1 milhão. Outro ponto é que o investimento necessário para dar continuidade à obra seria bem maior do que o valor liberado por Kiko.
A Prefeitura destinará cerca de R$ 1,5 milhão para a retomada da obra. Com o recurso, a empresa contratada por meio de licitação fará a cobertura de trecho do Hospital, finalização da fachada (medidas para a preservação do edifício), além da conclusão do Bloco 3 do hospital (Centro Cirúrgico/Obstétrico). O tempo médio para a entrega dessa parte do projeto é de um ano e meio, o que também gerou críticas na oposição.
O Complexo Hospitalar Santa Luzia teve obras iniciadas em 2008, ainda na gestão de Clovis Volpi (PL). A construção do equipamento conta com recursos do Estado e do Governo Federal. As obras foram paralisadas em 2015, por irregularidades no convênio com a União. Antes disso, em 2013, os blocos construídos com recursos estaduais também tiveram obras paralisadas.
O Complexo Hospitalar contará com centro cirúrgico/obstétrico; centro clínico, pediatria e maternidade; bem como leitos de internação.
Além dos recursos do Estado, o município dispõe de verba aprovada de cerca de R$ 1 milhão do Governo Federal. A verba aguarda liberação da Caixa Econômica Federal.
Para Volpi, responsável pelo projeto inicial, a decisão de Kiko confirmaria o possível caráter eleitoreiro da decisão. "Kiko está com um abacaxi nas mãos. O governador prometeu R$ 7 milhões para o hospital. A licitação feita é de R$ 7 milhões. O valor não foi repassado pela questão da crise orçamentária do covid-19. Agora, ele licitou a obra e não tem como pagar. Ele deve ter juntado esse R$ 1.5 milhão em diferentes pastas para jogar isso politicamente e dizer que está dando início a obra, que deve durar um ano e meio, no mínimo", diz o ex-prefeito.