Servidores questionavam falta de veículo para plantão de emergência na cidade

Paula Cabrera

A Prefeitura de Mauá anunciou nesta terça-feira (28/7) que a cidade deverá ganhar cinco novas ambulâncias para atender a Saúde na cidade. A notícia chega poucos dias após servidores do setor realizarem uma manifestação questionando investimentos e demissões no SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) do município.
Segundo publicações nas redes sociais, a administração do prefeito Atila Jacomussi ( PSB) informa que serão automóveis que serão uma para atendimento de UTI, dois veículos para remoção de pacientes e duas ambulâncias básicas. O JNC já havia recebido denúncias sobre o fato de a cidade contar atualmente com apenas dois carros que não estariam à disposição de serviços de urgência, pois haviam sido designados para a transferência de pacientes. Segundo funcionários da Saúde, a decisão foi questionada por eles, mas defendidas pela chefia, indicada pela administração de Atila, pois há uma maior procura pelo serviço de transferência por conta da pandemia do coronavírus. "Houve um aumento no número desse tipo de ocorrência, que quase dobrou e a orientação foi tirar a ambulância que fica aguardando urgência e colocá-la na rua", disse um médico que preferiu não se identificar.
Segundo a chefia do SAMU, as urgências poderiam ser atendidas por motoambulância ou por bombeiros ou mesma polícia militar, de acordo com a gravidade do caso. "Temos outras opções de atendimento nesta situação (de acidente), mas se um paciente morrer enquanto aguarda transferência, isso é omissão de socorro, por isso temos de priorizar", defendeu Carlos Foganholi, coordenador de urgência e emergência do SAMU de Mauá.
O SindSaúde ABC (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do ABC) chegou a confirmar por nota na última semana as péssimas condições de trabalho no SAMU de Mauá. Entre os principais pontos, estavam a falta de recursos e equipamentos, como máscaras, aventais, EPIs, e mesmo capacetes para os servidores da chamada motolância ou banheiro para que os profissionais possam usar no dia a dia, ou tomar banho antes de ir para casa. "Todas as solicitações feitas ao prefeito foram ouvidas e sei que é questão de tempo para serem atendidas", explicou Foganholi.

Demissões:
Desde o início do mês uma série de servidores tem procurado o JNC para informar sobre demissões que teriam sido motivadas por perseguição política. Tudo começou após o JNC divulgar a demissão de quatro profissionais do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que foram desligados após os profissionais participarem de uma live, promovida por um deles, em que debatiam a prestação do serviço durante a pandemia na cidade. O prefeito Atila Jacomussi (PSB) não teria gostado do tom de críticas feitas pelos servidores durante a conversa. Em um certo momento, um enfermeiro e um médico se emocionam ao falar de um amigo que estaria internado por não ter sido afastado das funções, apesar de ser parte do grupo de risco. O servidor sobre o qual os profissionais conversam é o enfermeiro Ronaldo dos Anjos, que faleceu dois dias depois do vídeo, gravado em 1º de julho.