Fabricante com empresa na Acibam diz que cidade tem porencial, mas precisa de um salvador

Paula Cabrera

Dono de uma empresa fabricante de cabos para alarmes de incêndio em Mauá, o empresário Claudio Custódio tem tido seu nome ventilado nos bastidores políticos sobre uma eventual candidatura à Prefeitura de Mauá. Morador da cidade há 49 anos, ele não esconde a vontade de fazer a diferença pelo município que o acolheu desde a infância. "Mauá precisa de um herói, um salvador. Alguém com força, que queira fazer, que esteja disponível para fazer e que tenha competência para fazer", afirma ele em entrevista ao JNC.
Com sua empresa na Acibam (Associação Condomínio Industrial Barão de Mauá), o segundo maior polo gerador de empregos na cidade, ele avalia que falta conversas entre poder público e empresários na cidade e afirma que Mauá teria uma grande chance de crescimento caso esse caminho fosse estreitado. "Eu tenho uma indústria em Mauá, dentro da Acibam, onde há mais de 80 empresas. Temos uma força muito grande. Somos geradores de emprego, de impostos. Mas eu tenho vergonha de chamar fornecedores aqui porque está largado isso aqui. E não falo porque é prefeito A ou B, do partido A ou B, é porque é obrigação e não está sendo feito. O segundo maior gerador de empregos em Mauá é o condomínio Acibam. E estamos esquecidos. Eu estou indignado. Amigos meus me perguntam porque eu não me candidato e não descarto porque eu conheço Mauá, conheço 98% das ruas de Mauá e é muito difícil você andar em Mauá hoje.  Mauá é esquecido", diz ele.
Para Custódio,colocar um empresário na Prefeitura poderia ser um caminho para facilitar esse diálogo e aumentar a sintonia para discutir pautas importantes para o desenvolvimento municipal junto ao governo.
"Mauá tem uma capacidade muito grande, Mauá é uma tela em branco. As pessoas entram na política pensando em benefício próprio. Como empresário, eu penso no meu município, no meu Estado. Eu procuro ajudar no máximo que eu conseguir", diz.
Segundo Custódio, apesar de empresários e comerciantes de Mauá já possuírem entidades que os representem na cidade, como a ACIBAM a AEPIS (Associação das Empresas do Polo Industrial do Sertãozinho) e a ACIAM (Associação Comercial Industrial Agrícola de Mauá), é necessário que os dois segmentos busquem maneiras de se fazerem ouvir pela gestão pública quanto a suas sugestões e necessidades. “A união de empresários e comerciantes seria importante para que conseguíssemos pressionar o governo a fazer aquilo que é sua obrigação. Temos diversos problemas não só apenas em polos onde indústrias estão localizadas, mas em toda a cidade. Por isso é necessário que criemos essa sinergia para cobrar que nossas vozes sejam ouvidas”, opinou Custódio, ainda ressaltando que tal união poderia ajudar a criar novas aberturas junto aos governos municipal e estadual para discutir projetos que melhorem questões como a geração de emprego e a qualificação profissional na cidade.
O empresário pontuou ainda o potencial existente na cidade. De acordo com ele, além de possuir áreas ainda pouco exploradas, Mauá está localizada em uma região privilegiada de São Paulo, com fácil acesso ao Rodoanel – que passa pelo município -, ao aeroporto de Guarulhos e ao Porto de Santos. Para ele, tudo isso representaria um importante atrativo para novos investimentos.
Custódio também revelou achar interessante a ideia de que mais empresários e comerciantes representem as suas classes no meio político, buscando assim apresentar pautas que contribuam com o desenvolvimento destas áreas. Perguntado se ele estaria disposto a ser um destes representantes, o empresário não descartou a ideia e ponderou que poderia sim considerar essa hipótese. “Acredito que muitos empresários e comerciantes mauaenses teriam condições de contribuir bastante para o desenvolvimento da cidade, caso estivessem no meio político. Eu mesmo não me oponho a participar da vida política da cidade, muito pelo contrário. Estou disposto a considerar participar das eleições e dar minha contribuição com ideias que possam ser úteis a Mauá”.