Balancete pode respingar em prefeito Marcelo Oliveira e seu chefe de gabinete, Helcio Silva

Paula Cabrera

A Câmara de Mauá deve votar na próxima terça-feira (9/11) as contas de 2016 do ex-prefeito Donisete Braga (PDT). Em 2016, tanto o prefeito Marcelo Oliveira (PT) quanto o chefe de gabinete Helcio Silva assumiram a cidade por curtos períodos de tempo durante viagens do então prefeito, Donisete, e poderiam também ser condenados em caso de rejeição das contas em plenário.
A comissão de Finanças da Câmara de Mauá rejeitou o parecer desfavorável do TCE (Tribunal de Contas do Estado) sob as contas e já sinalizou a calmaria entre a Câmara e a Prefeitura de Mauá que deve de encaminhar  para aprovação do balancete.
Segundo publicação da Câmara, Marcelo e Helcio já entregaram defesas ao Legislativo e eles, e Donisete, podem ainda comparecer na sessão de terça-feira para fazer suas defesas orais antes da apreciação dos vereadores. Segundo o TCE, Donisete teria deixado deficit orçamentário na ordem de 18,26%, indicando resultado negativo de R$ 144,2 milhões entre despesa e receita. Houve também crítica ao fato de o ex-prefeito ter deixado restos a pagar a seu sucessor, Atila Jacomussi (SD). Outro questionamento foi sobre uso de verba proveniente de multas para pagamento de pessoal – esse recurso é carimbado e possível de ser utilizado só em ações da área.
Segundo Donisete, há uma divergência de 69 dias entre o repasse e o empenho, o que teria motivado apontamentos, mas reiterou que todo o caixa foi deixado "de acordo". "O TCE respeita demais essa história de repasses e, na época, quitamos contas e a verba entrou apenas depois", afirmou em entrevista ao JNC em agosto.
Donisete, aliás, em setembro, se prontificou a visitar parlamentares e abrir diálogo para freiar uma possível reprovação do balancete. A fala respinga diretamente no fato de Atila não ter feito qualquer movimento para mudar a votação que o condenou. "Diferentemente do Atila, terei prazer em visitar a Câmara, conversar com vereadores e mostrar que não houve doulo (intenção) nos apontamentos do TCE, apenas características técnicas de datas. Agora imagina, o cara não apareceu na Câmara, não mandou advogado e está tão feio na Praça que nem a Defensoria Pública quis representá-lo", afirmou Donisete em entrevista ao JNC na época.