Foram mais de 500 kms de transito em SP e aumento de 32% no fluxo de carros no ABC

Funcionários do Metrô de São Paulo, da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos) e Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) decidiram, na noite desta terça-feira (3/10) suspender a continuidade da greve na quarta-feira (4). A categoria, no entanto, marcou nova assembleia para a próxima segunda-feira (9/10) para paralisar novamente todas a linhas de trem e metro que ainda são estatais na próxima terça-feira (10/10), caso o governador Tarcisio de Freitas continue com planos para privatizar linhas e também a Sabesp.
Nesta terça-feira, São Paulo viveu dia de caos, com mais de 500kms de congestionamentos na parte da manhã. O ABC foi uma das regiões mais atingidas, já que a linha 10, turquesa, não funcionou em nenhum trecho de seu trajeto. Segundo as prefeituras, o trânsito foi intenso no período da manhã, com aumento de cerca de 32% no fluxo costumeiro de veículos. Em Mauá, o trânsito foi mais intenso na av Oscar Niemayer sentido Alberto Soares Sampaio devido ao congestionamento Av estado e na Lazar Segal, que dá acesso ao Rodoanel.
Em Santo André o trecho com maior lentidão foi o do viaduto Adib Chammas. São Bernardo registrou maior movimentação na avenida Anchieta e no corredor ABD, mas relatou que serviço municipal de trânsito auxiliou para melhorar o fluxo de veículos.

O que aconteceu:
A decisão de suspender a greve foi tomada após votação em assembleia entre as três categorias na noite desta terça. Foram 2.952 votos, sendo que quase 79% dos votantes (2.331) votaram pela suspensão da greve, enquanto 19% (587) queriam que a medida continuasse.
Durante a assembleia, integrantes do sindicato comemoraram a adesão do movimento e comentaram ainda o fato de uma das linhas privatizadas pelo estado, e elogiadas pelo governador, ter tido problemas na tarde desta terça-feira. “Foi um soco no Tarcisio. Ele teve que engolir o discurso de que a privatização melhora a qualidade do serviço”, avaliou um dos sindicalistas.
No encontro, a categoria lembrou ainda que Portugal, um dos primeiros países a privatizar a água, está voltando com a estatização do serviço e barateamento de 60% da atual tarifa cobrada.
Nos bastidores, a greve teria sido uma derrota para Tarcisio, que não tem maioria para conquistar a privatização da Sabesp. Durante todo o dia, o governo mandava notas com tom ácido ao discurso grevista, colocando sobre a categoria todo o caos que São Paulo enfrentou nesta terça-feira. “Foi um inferno. Algo nunca visto antes. Demonstra despreparo em lidar com as categorias”, avaliou uma fonte ouvida pelo Jornal Nossa Cidade na SPTrans. A companhia aumentou o efetivo de ônibus para minimizar os problemas com a falta de circulação dos metrôs.
A última nota enviada à imprensa pelo governo de Tarcisio foi as 18h18 e fala sobre procedimento administrativo pelos problemas na linha 9 esmeralda, que pertence a Via Mobilidade