A surpreendente derrota de Ademir Jacomussi, pai do prefeiturável Átila Jacomussi, na eleição para vereador de Mauá, acentua um movimento de insatisfação com a perpetuação de famílias no poder na cidade. Após dez mandatos consecutivos, Jacó, como é conhecido, não conseguiu se reeleger, somando apenas 2.205 votos, uma quantidade inferior à de outros candidatos do seu partido, o PRD, que fazem parte da coligação de Atila. Essa queda inesperada revela um sinal claro de que os eleitores estão buscando renovação e novos representantes.

Ademir Jacomussi, que já foi presidente da Câmara quatro vezes e sempre esteve entre os mais votados, ficou aquém das expectativas nesta eleição, obtendo apenas a primeira suplência. A derrota, além de pessoal, também reflete um contexto político mais amplo em Mauá, onde o desgaste de dinastias políticas parece ser evidente. A cidade, há anos marcada pela presença de nomes tradicionais, agora sinaliza que talvez esteja cansada da manutenção do poder nas mãos das mesmas famílias.

Paulo Sérgio Pereira, presidente do PRD, comentou sobre o resultado, afirmando que Jacomussi enfrentou novos candidatos com trabalhos consistentes. "O eleitorado vai se renovando. Jacó é um político tradicional e talvez não tenha atingido o eleitorado mais novo. Os ciclos terminam e outros começam. Bola pra frente", declarou Pereira, reforçando a percepção de que a política local está mudando.

A nova composição da Câmara de Mauá parece reforçar essa busca por renovação. O candidato mais votado, Alessandro Martins, defensor da causa animal, obteve 5.935 votos, superando antigos favoritos e mostrando que temas antes marginalizados estão ganhando força na agenda municipal.

Enquanto a cidade se prepara para o segundo turno das eleições para prefeito entre Marcelo Oliveira e Atila Jacomussi, a derrota de Ademir Jacomussi sinaliza um ponto de virada para Mauá: os eleitores parecem cada vez menos dispostos a manter famílias políticas tradicionais no poder e mais interessados em novos rostos e propostas.