Novo acordo do lixo custará quase R$ 2,5 milhões a mais para cofres municipais
Paula Cabrera
Depois de deixar a cidade de Mauá sem coleta de lixo nesta quarta-feira (30/10), a Prefeitura de Mauá divulgou no Diário Oficial do Município que trocou os serviços da Lara pelo da empresa Peralta Ambiental Importação. O contrato emergencial valerá seis meses e custará R$ 17.485.658,88, cerca de R$ 3 milhões ao mês (R$ 2.914.276,48). Anteriormente, o contrato com a Lara, que durou 12 meses, custou R$ 30.161.476,87 (R$ 2.513.456,40 mensais). Com a troca, a administração do prefeito Atila Jacomussi (PSB) gastará R$ 400.820,08 a mais por mês pelo serviço de coleta. Pelo período de seis meses, a oneração nos cofres municipais será de R$ 2,4 milhões. A Prefeitura de Mauá não justificou a razão da troca da empresa responsável pela gestão do serviço.
Vale ressaltar que a Peralta também teria ligação direta com a Paulista Obras e Pavimentação, empresa que, conforme matéria postada nessa semana pelo JNC, é parceira de Atila e possui ao menos outros dois contratos firmados com a administração do socialista e que conseguiu anular a proposta de outras três concorrentes para assumir a reforma de três terminais na cidade (Zaíra, Itapeva e Itapark). O valor a mais a ser dispensado pelos serviços, com a impugnação das rivais, neste caso, seria de mais de R$ 3 milhões. Ambas as empresas seriam do grupo do empresário Beto Peralta, que já foi investigado por suposta participação no mensalão de Santo André, em processo de 2016.
Segundo a publicação dessa quinta-feira (1/10), o acordo com a Peralta recebeu o aval da PGM (Procuradoria-geral do município) e teria a previsão de que um processo de licitação para a contratação do serviço de lixo seja aberto durante o período do contrato.
O acordo publicado nesta quinta-feira não teria ainda sido validado pela Secretaria de Finança, com a situação, caminhões da Prefeitura destinados ao serviço de cata-bagulho teriam sido colocados emergencialmente nas ruas para a retirada do lixo e envio ao aterro sanitário. O caminhão foi visto em bairros como o Zaíra e o Alto da Boa Vista.
Interrupção do serviço
Com a troca da empresa responsável pelo serviço, a Prefeitura causou a interrupção da coleta ontem (30/10). Vários bairros foram atingidos, como o Zaíra, Primavera, Alto da Boa Vista e Miranda.
A Lara, que operava os serviços de lixo da cidade, há anos, estava trabalhando por meio de aditivo de contrato, com validade de um ano. O acordo venceu na terça-feira (29/9).
O último aditivo registrado, em 2019, previa a validade de 12 meses, no valor de R$ 30.161.476,87.
Outros contratos
A Paulista tem pelo menos outros dois contratos fechados com a administração do prefeito Atila desde seu retorno ao poder, em setembro do ano passado. A empresa tem um contrato de mais de R$ 3 milhões para os serviços de zeladoria da cidade, além de ser responsável pelo aluguel dos carros para a GCM (Guarda Civil Municipal) por cerca de R$ 250 mil por mês. O JNC chegou a divulgar na ocasião que não consta do cadastro da empresa na Receita Federal a possível locação de automóveis , já que a empresa tem como escopo a construção.
O JNC tentou contato com a empresa, mas não conseguiu até o fechamento desta edição.