Portaria publicada nesta sexta-feira confirma repasses de R$ 7 milhões para Santo André, São Bernardo e São Caetano

Paula Cabrera

O prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi (PL) demonstrou indignação ao não ter a cidade incluída no repasse de verbas para leitos do Hospital de Campanha da cidade.


O ABC deve receber quase R$ 7 milhões para ampliar os esforços no combate ao coronavírus na região. O valor sairá do Ministério da Saúde e foi confirmado nesta sexta-feira (12/3) por meio do Diário Oficial da União. A verba total prevista é de
R$ 6.816.912 milhões e será dividida para as cidades de São Caetano, São Bernardo e Santo André. Ribeirão Pires e Mauá, que pleitearam recursos diretamente com o governo federal, não foram incluídas nesse repasse.
"Esqueceram de Ribeirão Pires. Esqueceram que nessas últimas 48h, 7 vidas foram acometidas aqui.Vai morrer mais gente", disse o prefeito em vídeo veiculado em suas mídias sociais.
O governo do Estado negou a liberação de verba ainda em fevereiro e Volpi fez uma peregrinação no governo federal, ainda não atendida, mesmo com o repasse de hoje. No ano passado, a cidade recebeu verba de R$ 10 milhões para manter o hospital aberto por 10 meses. O município atende atualmente 41 leitos de casos de média e alta complexidade de covid-19. O contrato custa R$ 1 milhão ao mês e vence no dia 31 de março. Para manter o local aberto neste mês, a cidade conseguiu liberar R$ 400 mil via Consórcio Intermunicipal do ABC.
"Estou profundamente aborrecido. O hospital seguirá aberto, mas para isso, vou precisar extinguir outros serviços e ações da Prefeitura, para que o dinheiro seja aplicado lá. Eu vou continuar insistindo com os governos, seja estadual, seja federal. Mas é um absurdo que um pesoal como esse que sequer conhece as cidades como a nossa, ao fazer um aporte financeiro, não olhe dados estatísticos. É um completo desconhecimento da realidade brasileira com o covid", afirmou.
Por fim, o prefeito voltou a solicitar o apoio do governo do Estado para liberação de R$ 3 milhões para custear o equipamento pelos próximos meses. "Tenho 15 pacientes escritos no Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviço de Saúde). Eu não sei mais o que fazer para evitar óbitos na nossa cidade", disse.

REPASSES
O valor de repasses do governo federal confirmados nesta sexta deverá ser enviado, mensalmente, por meio do Fundo Nacional de Saúde, para suprir vagas de UTI nos três municípios. Os valores permitem a utilização diretamente em equipamentos listados na portaria dessa sexta-feira. O CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André conquistou R$ 1,536 milhão. Em São Caetano, a verba de R$ 1,920 milhão será destinada para o Complexo Municipal de Saúde e, São Bernardo, recebe recursos para dois locais: o Hospital de Urgência, que terá R$ 3,360 milhões, e o Hospital Anchieta, com repasse de R$ 912 mil, totalizando verba de R$ 4,272 milhões para o município.
Os recursos devem ser usados para manter leitos já abertos nas cidades, já que o governo federal tinha paralisado o pagamento no início deste ano - o que motivou ação do governo estadual contra à União, que acabou em decisão favorável no final do mês passado. A portaria define ainda que os pagamentos serão retroativos à fevereiro deste ano.
No total, o Ministério da Saúde confirmou R$ 188 milhões para todo o país.