Não há leitos na rede municipal ou privada de Saúde; Volpi pede que população fique em casa

Paula Cabrera

O prefeito de Ribeirão Pires e vice-presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, Clóvis Volpi (PL), confirmou nesta terça-feira (9/3), que a Saúde de Ribeirão Pires entrou em colapso. Em vídeo gravado em suas mídias sociais, o chefe do Executivo afirmou que a cidade não tem mais leitos nem no Hospital de campanha, nem na UPA Santa Luzia.
"Hoje, Ribeirão Pires entrou em colapso. Não temos mais como manter pessoas com covid dentro da UPA. Não temos mais vagas no Hospital de campanha. O ABC inteiro está tomado em suas UTIs, tanto na rede pública quanto na rede privada de saúde. Estamos vivendo um momento extremamente grave", disse.
Com a situação, novos doentes ou casos de piora dependerão da rede CROSS (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde) para serem encaminhados a outros locais. "Os doentes que chegarem agora, nos teremos que fazer um registro no Cross, que pertence ao Estado. Esse sistema, dependendo da vaga, receberia os doentes das cidades que não têm mais onde receber. O município está fazendo tudo o que pode. Chegamos ao limite", afirmou. O tempo médio de liberação de vagas via Cross é de até 72h.
Volpi pediu que a população fique em casa e, caso precise de atendimento médico, evite ir a UPA. "Se tiver uma dor de cabeça, se machucou o pé, não vá a UPA, procure um posto de saúde que lá estaremos aptos a atender", disse.
O ABC deve receber 120 novos leitos, no entanto, a informação de bastidores é de que a alta procura em todo o país tem dificultado a chegada tanto de leitos quanto de equipamentos de UTI. As empresas não teriam disponibilidade de entrega imediata ou por não ter produtos ou pela alta demanda que coloca a entrega na fila de espera.
Outro problema, em curto prazo, seria as cargas de oxigênio, que não estariam sendo suficientes em Ribeirão Pires. "Acabamos de pedir a White Martins que instale um tanque na UPA. São tantos pacientes na UPA que nossas garrafas não suportam mais o número de pessoas que precisam daquele oxigênio. Por isso, então, vamos instalar um tanque para que haja oxigênio à vontade. Isso deve acontecer ainda nesta semana", disse o prefeito.
Volpi é o primeiro prefeito a confirmar a situação de caos na saúde. O JNC entrou em contato com o consórcio para saber prazo para liberação de leitos, mas ainda não recebeu retorno.