Butantan e governo afirmam que Sinovac prepara estudo para ser enviado à Anvisa em dez dias

Das agências

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (23/12) que a CoronaVac é eficaz, mas adiou, novamente, a divulgação dos resultados de eficácia da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. A taxa de eficácia não foi anunciada mas, segundo o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, foi superior ao valor mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 50%.

"Nós atingimos o limiar da eficácia, que permite o processo de solicitação de uso emergencial, seja aqui no Brasil, seja na China", disse Dimas Covas.
A previsão inicial, de divulgar eficácia do imunizante no dia 15 de dezembro, foi adiada para esta quarta-feira e, então, o anúncio foi postergado novamente. Também estava previsto para esta quarta o envio dos dados de eficácia à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)  mas o Butantan já reconheceu que o estudo será apresentado em dez dias. Segundo o governo e o Butantan,a decisão de aguardar a divulgação do resultado foi da Sinavav, laboratório que detém a tecnologia. "Por questões burocráticas, de contrato, somos obrigados a aguardar a decisão da Sinovac para divulgar os dados. A emptesa preferiu acessar os estudos nacionais e compor um estudo único sobre como foi a eficácia da vacina em vários países", disse Covas.

O secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn disse ainda que a eficácia da vacina é superior ao recomendado pela OMS, que é de pelo menos 50%, e que isso "já é o momento para festejar".

“Se ela fosse 51%, para nós já era importante, principalmente no momento em que vivemos uma crise sanitária - crise esta que assolou todo o mundo, e não foi diferente em nosso país. Portanto, uma vacina que já represente essa mínima superioridade, para nós, já é o momento de festejar”, afirmou o secretário.

Gorinchteyn disse também que os dados obtidos já seriam suficientes para dar entrada no pedido de autorização para uso do imunizante, mas que o governo respeitaria os "trâmites burocráticos".

O começo da campanha de vacinação estadual segue mantido para 25 de janeiro, no entanto, depende da aprovação da vacina pela agência regulatória.

“Todo o planejamento com relação à vacina continua. A produção das doses da vacina está acontecendo aqui na fábrica do Instituto Butantan e nós iniciaremos nosso programa estadual de imunização do estado de São Paulo agora no dia 25 de janeiro. Apesar dessa não revelação de dados de eficácia específicos, nós temos a superioridade deles, o que dá a tranquilidade”, disse Gorinchteyn.

Gorinchteyn, disse que a eficácia da CoronaVac calculada pelo estudo do Butantan foi diferente da eficácia verificada em outros países em que a vacina está em uso. Segundo porta-vozes do governo, essa discrepância nos dados de diferentes países motivou o adiamento da divulgação final.

“Eles [Sinovac] entenderam que o fato de nós termos eficácia superior a isso [que é recomendado pela OMS], porém diferente de outros países em que essa vacina está em uso, merece uma reavaliação”, disse Gorinchteyn.

“Não pode ter um eficácia aqui, uma lá e outra 'acolá'. É isso que a própria empresa entendeu. Ela quer isonomia. Ela quer que todos os resultados sejam iguais, sem nenhuma disparidade”, completou.