Ao JNC, o prefeito Marcelo Oliveira afirmou que há previsão de abrir escolas, mas decisão será conjunta

Paula Cabrera

Os sete prefeitos da região seguem atentos com o aumento do número de casos de Covid-19 no ABC e, segundo o prefeito Marcelo Oliveira (PT), manterão o retorno das aulas nas redes municipais como assunto de destaque nas reuniões do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Os encontros têm acontecido, semanalmente, às terças-feiras.
Em depoimento exclusivo ao JNC, o prefeito Marcelo deixou claro que a intenção de sua administração é retomar as aulas presenciais na rede municipal e estadual, conforme previsto nos calendários. A determinação estadual é de retorno a partir do dia 2 de fevereiro, daqui há pouco mais de duas semanas, o município costuma seguir calendário semelhante, com início das aulas cerca de uma semana depois. "Por enquanto, estamos mantendo o retorno, mas teremos essas análises sempre as terças-feiras, nas reuniões do Consórcio", explicou Marcelo.
No ano passado as sete cidades peitaram o governo do Estado e mantiveram escolas fechadas, mesmo após determinação estadual pela reabertura. Na ocasião, as prefeituras de outras regiões também se pautaram no Consórcio para seguir com as escolas fechadas. Desde então, há uma autonomia velada nas decisões municipais.
A Prefeitura de Mauá, por exemplo, decidiu seguir calendário próprio e não liberou a volta integral das aulas no ano passado. Caso Marcelo não decrete diferente, as aulas na rede estadual devem seguir cronograma do governo do Estado, que prevê retorno de 100% dos alunos, sem necessidade de distanciamento, já que ainda não houve nova determinação do Secretaria de Educação sobre o tema -- a última é de novembro do ano passado.
Ja a rede municipal definiu o retorno às aulas com 50% de ocupação, em novembro. O prefeito não confirmou se o retorno será com revezamento ou se permitirá volta integral das turmas.
A APEOESP (Sindicato dos professores) afirma que segue na discussão sobre o retorno ser gradual até imunização completa dos estudantes. "Desde o inicio da pandemia solicitamos que enquanto não tiver segurança sanitária não voltasse as aulas presenciais. Infelizmente, o governo optou por colocar todos em risco. Sabemos que o ensino remoto não tem a mesma qualidade do presencial, porém não podemos colocar vidas em risco. Continuamos acompanhando os índices e iremos nos posicionar em breve. Entendemos que a decisão do retorno presencial ou não, parcial ou com 100% dos estudantes não pode ser somente do secretário de educação, mas também da comunidade escolar", afirma André Sapanos, dirigente da Apeoesp no ABC.