Governo de Lula tenta aprovar nova política de reajuste e teme fila de espera por benefícios no INSS

das Agências

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse nesta quarta-feira (18) que o valor do salário mínimo, atualmente em R$ 1.302, não será reajustado antes de maio. A declaração foi feita após encontro de Marinho e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com representantes de centrais sindicais.
No evento, Lula anunciou a criação de um grupo de trabalho para elaborar uma política permanente de valorização do piso. O grupo tem prazo de 45 dias, prorrogável por mais 45 dias, para apresentar uma proposta.
Só depois disso o governo decidirá se o salário mínimo poderá ser reajustado em R$ 1.320 neste ano ou se o aumento ficará para outra data. "Hoje é R$ 1.302 e em maio pode ser que haja alteração a partir desse trabalho que vamos construir", disse Marinho.
Lula também indicou que a valorização do piso deverá seguir o PIB. "O salário mínimo tem que subir de acordo com o crescimento da economia. A economia subiu, o povo que ganha o salario mínimo vai ter aumento de acordo com o PIB. É isso que a gente tem que fazer para melhorar esse país", afirmou Lula.
A equipe econômica do governo Lula justifica a defesa de um mínimo menor porque houve um aumento nos gastos previdenciários, com o fim do represamento na concessão dos benefícios, no fim de 2022. Com isso, reajustar o salário mínimo para R$ 1.320 (ou R$ 1.342) custaria mais do que o planejado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que está em Davos para o Fórum Econômico Mundial, voltou a afirmar que a decisão sobre o reajuste cabe ao governo e será tomada após negociações com os sindicatos, com a definição de uma regra para os quatro anos de mandato.