Vereador participou de encontros no Consórcio Intermunicipal e na GCM para pedir melhorias para essa população
Paula Cabrera
Primeiro vereador assumidamente gay da história das sete cidades, o parlamentar Márcio Araújo (PSD) tem sido ativo na busca de implementação de políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+. Na última segunda-feira (28/6), dia Internacional do orgulho LGBTQIA+, o parlamentar participou de diferentes encontros para defender bandeiras da causa. Ele esteve no Consórcio Intermunicipal do ABC e na Sede da GCM (Guarda Civil Municipal) fazendo diretamente as solicitações.
"A população LGBTQIA+ tem ganhado mais visibilidade, mas nas políticas públicas isso não acontece. Quando falamos das questões das escolas, de tratar isso com a educação, de formação de conselheiros tutelares que toquem nesses assuntos, das questões da saúde, isso não anda. Só vemos políticas pro HIV. Parece que é algo social, vincular questão do público LGBTQIA+ e campanha de HIV e isso é patético. É natural e necessário sim, mas não quero só abordar esse assunto. Quero políticas efetivas de fato. Quero que as propostas abordadas nas campanhas sejam colocadas em prática efetivamente depois das eleições. E temos essa resistência. Os grupos são ouvidos, mas não escutados. Há pautas com mais de dez anos em discussão no Consórcio, por exemplo", cita Márcio.
Entre as questões primordiais, ele cita um Ambulatório para atendimento de pessoas trans, que não existe no ABC, e a possibilidade de incluir mais cirurgias de de redesignação sexual pelo SUS (Sistema Único de Saúde) da região. "Ambulatório a pessoa tem de sair daqui para ir para São Paulo ser atendida, mesmo com a grande demanda que temos. Cirurgia de redesignação sexual são feitas duas por mês no Mário Covas. Ainda usam a questão da pandemia para justificar a demora, mas sabemos que não é. Quero salientar que essa questão de falta de políticas vem de muito tempo. Eu entendo que há uma grande luta da sociedade civil, vejo grande apoio aqui na Câmara, mas precisamos que o Poder Público tire isso do papel. Precisamos de políticas públicas de saúde, educacional e habitacional. Precisamos que tirem essa história de nome social do papel, mas que isso seja respeitado. Precisa capacitar profissionais da guarda civil, da saúde, para que haja qualidade de vida para essa população", afirma o parlamentar.
Responsável por levar a diversidade para a cúpula do Legislativo ao ser escolhido o primeiro homem gay da região a ocupar um cargo na mesa diretora – ele é primeiro secretário em Mauá- Márcio diz que encara a responsabilidade com cuidado, já que seu comportamento passa a ser régua para futuros gays que tentem se eleger. "Me sinto preparado, mas sinto que é uma responsabilidade grande. Por que, se eu fizer algo errado, quanto tempo vai demorar pra eleger outro LGBTQIA+?", questiona.
Por fim, Márcio relata que teve conversas que demonstraram a possibilidade de andamento nas questões em Mauá. Na reunião com a GCM, houve comprometimento para que a categoria passe por um treinamento para atender o público LGBTQIA+. "Fizemos uma reunião com a GCM e eles ouviram nossas propostas. Na Secretaria da Mulher e na Secretaria de Assistência Social, está tudo bem encaminhado. Agora o que precisamos é colocar a mão na massa", conclui.
