Com obras de intervenção em processo de tombamento, artista contribuiu na formação de jovens da cena cultural da cidade

Paula Cabrera

Laurindo Cid, ou L.Cid, como é mais conhecido nos círculos artísticos, é um dos mais renomados artistas com trabalhos de instalações em atividade no país, e certamente tem seu nome gravado na história de Mauá. O artista vai receber agora o titulo de Mestre Cultura Viva, pelo seu desempenho nas Artes Visuais, pela Fundação Cultural de Jacarehy. O artista criou aqui uma grande repercussão de seu  trabalho no papel de gerenciador de projeto culturais e também na confirmação de sua arte.
Em Mauá, as obras que fez para os 50 anos de emancipação política da cidade estão em processo de tombamento e ganharam, inclusive, destaque na exposição virtual "50 anos de artes múltiplas L. Cid". "Na entrada de Mauá, há um monumento de 6 metros, que representa uma familia que veio para Mauá pra trabalhar na cerâmica. É um dos trabalhos mais significativos da minha carreira enquanto arte humana", explica ele.
A forte ligação de L.Cid com Mauá começou em 1997. Em sua vida, a arte já havia chego desde a infância e se fortalecido nos anos de 1970. "Na minha casa, havia um muro descascado e ali eu descobria formas: árvores, largartos, pássaros,flores, beija-flores e assim começava minha carreira. Minha primeira obra foi em 1972, chamada Estela, com uma tábua que encontrei no lixo", diz o artista, que desenvolve desde então a arte sustentável.
Seu currículo traz ainda exposições e intervenções artísticas em Instituições como SESC, Fundação Cassiano Ricardoe Prefeituras Municipais como Taubaté, Paraibuna, São Paulo, Jacareí e Mauá.
Aqui, ele ainda ajudou a repassar seus conhecimentos na formação de jovens artistas em diversos projetos e produções de lazer e cultura, além de interferir urbanisticamente na cidade com grandes totens, painéis e ladrilhos em formato de mosaico que contam a história da nossa gente. "O tempo que passei em Mauá foi muito promissor. Fiz muitas oficinas com papel, papel reciclado, para economia solidária, principalmente no Guapituba e nas escolas municipais", diz.
Com currículo de quem viajou diversos países da América latina e Europa e devorou livros para absorver ainda mais conhecimento, Cid destaca que é fã de Antoni Gaudí, arquiteto espanhol que se destacou no modernismo com seus mosaícos. Ele trouxe essa referência para seus trabalhos, principalmente durante o último ano de pandemia.  "São obras coloridas, mas o traço permanece o mesmo", conta.
Questionado sobre como se descreveria, o artista que é amado e respeitado como poucos dentro dos círculos culturais, é modesto. "O Cid sempre foi um interventor. Um artista que pegava tecidos, bambus e transformava isso em instalações em gramados, parques. Isso faz parte das minhas características como artista. Adoro mosaicos", conclui.