Prefeito na gestão de 2012, Donisete diz que contas de 2016 ainda não foram votadas por caráter técnico e não político

Paula Cabrera

Em entrevistas para páginas da Internet após votação das contas de 2017 que o torna inelegível, o ex-prefeito Atila Jacomussi (SD) voltou a alegar perseguição contra seu nome e a falar que foi vítima de "um golpe". O discurso é o mesmo usado na votação do  impeachment e ds duas prisões no âmbito da operação Prato Feito. Entre as alegações, ele criticou o fato de as contas do ex-prefeito Donisete Braga não terem sido colocadas em votação antes das suas.
As falas inflamaram o ex-prefeito e Donisete rebateu. Atualmente longe das mídias sociais, ele afirmou ao JNC que Atila "está fora da casinha", explicando que suas contas de 2013, 2014 e 2015 já foram apreciadas em plenário. Apenas 2016 ainda não entrou em votação "por características técnicas. Há uma divergência de 69 dias entre o repasse e o empenho, uma tecnicidade que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) respeita demais, mas aguardamos documentos, laudos para comprovar isso e acabou que esse pedido de prazo ainda está valendo. Ele se apoiar em mentiras para alegar uma perseguição que não existe, só confirma que ele segue com seu comportamento narcisístico", alfinetou Donisete.
O ex-prefeito afirmou ainda que terá prazer em defender suas contas quando chegar a hora, deixando claro que condena o comportamento de Atila, que foi acusado por diferentes vereadores de não tentar qualquer aproximação. "Diferentemente do Atila, terei prazer em visitar a Câmara, conversar com vereadores e mostrar que não houve dolo (intenção) nos apontamentos do TCE, apenas características técnicas de datas. Agora imagina, o cara não apareceu na Câmara, não mandou advogado e está tão feio na Praça que nem a Defensoria Pública quis representá-lo", afirmou Donisete.
Atila deve ingressar com ação judicial afirmando que não teve direito a ampla defesa, pois não foi ouvido na Comissão de Finanças antes de que fosse aplicado o parecer pela rejeição das contas. Especialistas consultados pelo JNC disseram, no entanto, que o político pode ter dificuldades, já que nesta semana o TJ (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou o pedido em ação identifica de contas da Prefeitura de Dolcinópolis. Na decisão, os desembargadores alegam que o prefeito em questão poderia ter ido a votação das contas em plenário para fazer sua defesa e se esquivou, dificultando assim que os vereadores tivessem nova visão do caso. Vale lembrar que a Câmara deu mais do que o dobro do tempo previsto inicialmente para defesa de Atila, registrou no Diário Oficial a votação, encaminhou processo para nomeação de defensor público e deu prazo de 30 minutos de tribuna livre para que ele ou seus advogados fizessem a defesa e o político recusou todos os recursos. Caso a ação judicial seja negada, ele estará inelegível em 2022.