Nesta quinta servidores reclamaram de falta de profissionais no início da manhã, Fundação ABC nega problemas

Paula Cabrera

A nova empresa contratada pela Fundação ABC para gerir os serviços médicos e coordenar as quatro UPAs de Mauá começou a operar nesta quarta-feira (1/10) com uma série de críticas pelos profissionais da Saúde de Mauá. A escolhida teria sido a MAX Saúde, empresa que nao constava na última ata de registros de preços a qual o JNC teve acesso na semana passada.
A empresa teria uma série de problemas trabalhistas, com suposto histórico de atraso no pagamento dos profissionais. Com isso, apenas 20% do atual corpo médico contratado pela Aleluia Serviços Médicos, que era responsável pelos serviços até ontem (30/9), teria aceito renovar acordo com a nova escolhida para seguir trabalhando em Mauá.
Com a situação, a empresa teria escolhido trazer novos profissionais para atuar na cidade, no entanto, dos quatro médicos que assumiriam plantão na manhã desta quinta, apenas dois apareceram na UPA Vila Assis, e nenhum deles teria topado assumir o serviço de emergência sem conhecer o local. Com a situação, até as 10h, os serviços do local, por exemplo, eram prestados apenas pelo chefe do plantão, sem respaldo de outros profissionais. "Um dos profissionais estava formado há poucos dias, o outro, alegou que estava com a diabetes descompensada e pediu dispensa", disse um servidor ao JNC.
Profissionais procurados pelo JNC relataram dificuldades nos atendimentos durante todo o dia de hoje, inclusive pelo menor número de médicos contratados e a possibilidade de terem de aumentar o número de plantões. O JNC manterá o nome dos profissionais em sigilo para evitar retaliações, mas as escalas liberadas após a entrada da nova empresa poderiam aumentar em até três o número de plantões de cada médico para evitar a falta de profissionais nas UPAs e em outros equipamentos de Saúde da cidade.
Nos bastidores, a informação seria a de que a gestão do prefeito Atila Jacomussi ( PSB) teria ligação direta com o pedido de troca da empresa responsável pelo serviço. O tempo de contrato seria de 90 dias, que casaria com o período eleitoral.
Em nota, a Fundação do ABC informa que, "em função do acordo judicial assinado junto à Prefeitura de Mauá e ao Ministério Público, homologado em agosto de 2020 pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a entidade está realizando chamamentos públicos para o estabelecimento de novos contratos com os prestadores de serviços do Complexo de Saúde de Mauá (COSAM) e encerramento dos contratos emergenciais vigentes.
No caso específico do chamamento público para contratação de empresa médica, o processo foi finalizado e os serviços tiveram início hoje, 1º de outubro. Após breve período de adaptação à rotina, às 10h da manhã os atendimentos já estavam ocorrendo normalmente em toda a rede de Saúde, inclusive nas UPAs.
Não procede a informação de redução no número de médicos. O novo contrato tem exatamente o mesmo número de plantões contratados anteriormente, sem nenhum prejuízo ao atendimento dos munícipes.
Os médicos da antiga prestadora de serviços têm a possibilidade seguir atuando pela nova empresa, desde que tenham esse interesse e concordem com as políticas do novo empregador.
Vale destacar que a empresa vencedora do chamamento público apresentou proposta financeira menor do que a praticada pela antiga prestadora de serviço, o que possibilitará a realização de novos investimentos em favor da melhoria constante do sistema municipal de Saúde."