Informação não foi confirmada por ex-prefeito; ele já somaria três trocas de sigla em menos de um ano

Paula Cabrera

O ex-prefeito de Mauá, Atila Jacomussi, estaria de malas prontas para o partido União Brasil. Essa deve ser a terceira sigla partidária do ex-prefeito em menos de um ano. Atila deve deixar o Solidariedade após não cumprir compromisso com o vereador e presidente da sigla em Mauá, Vanderley Cavalcante, o Neycar. O acordo, fechado ainda nas eleições de 2020, foi o de que Atila concorreria a uma vaga no Congresso Federal e apoiaria Neycar na busca pela cadeira na Assembleia. Neste último ano,  no entanto, o ex-prefeito deixou claro querer voltar a Assembleia e perdeu apoios em torno de seu nome. Em conversa com Paulinho da Força, figura importante no partido, teria recebido a informação de que o Solidariedade apoiaria Neycar, o levando a buscar outras alternativas.
Ainda em baixa desde os escândalos e prisões sobre possíveis desvios financeiros em seu governo, Atila não teria tido abertura em partidos como o PSB, PSD, Podemos e mesmo o PL, do atual presidente Jair Bolsonaro. O União Brasil é uma junção do antigo PSL e do DEM. A informação sobre a filiação circula nos bastidores da política local e já teria sido confirmada pelo presidente nacional da sigla em conversas com correligionários. Pela sigla, Atila teria abertura para concorrer à Assembleia Legislativa de São Paulo. Não há a confirmação se sua esposa, Andreia Rios se filiará também de olho numa possível dobrada com Atila. A janela para filiação partidária termina no dia 1º de abril, mas por enquanto, a filiação não foi confirmada pelo partido.

OUTRAS TROCAS
A mudança de partido é algo comum no passado político do ex-prefeito. Atila já foi do PV, do PcdoB, do PSB, do Solidariedade e agora teria fechado com a União Brasil. A fidelidade partidária não é a maior aliada do ex-prefeito. Ele começou a vida política concorrendo no PV, partido pelo qual concorreu em duas eleições. Já em 2014, Atila disputou a cadeira de deputado pelo PCdoB, de onde saiu em 2016 para disputar as eleições pelo PSB. Atila ainda tentou a reeleição na sigla, mas boa parte da direção partidária não o acompanhou nas eleições. A filiação ao Solidariedade foi feita em maio do ano passado. Segundo a Justiça Eleitoral, o ex-prefeito seria primeiro secretário executivo da legenda, com cargo previsto até 30 de abril deste ano.
Longe de ser unanimidade nas fileiras da sigla na região, Atila teria costurado o acordo na esfera estadual da sigla e puxado o tapete do vereador Neycar (SD), que se preparava para disputar o posto. Neycar foi um dos principais pilares a garantir que o socialista voltasse ao cargo com governabilidade após ele ser cassado na Justiça em 2019. Nos bastidores a decisão de Atila foi vista como um ataque ao ex-aliado, que não ficou feliz com a situação.
Vale lembrar que, em maio do ano passado, ele foi indicado ao cargo para trabalhar na Câmara de São Paulo pelo partido, que tinha salário bruto inicial de R$ 19.085,82, quantia superior à que recebia quando administrou Mauá - quando recebia R$ 18.576,09. O socialista teve a nomeação confirmada no Diário Oficial do Município em fevereiro. A indicação foi feita pelo vereador Sidney Cruz (SD). Ele perdeu o cargo, no entanto, por não apresentar diploma em ensino superior. Atila não possui universidade, o que fundamental para o cargo.