Aditamento teria vencido nesta terça-feira e provocou suspensão temporária enquanto acordo não era validado na Justiça

Paula Cabrera

A Prefeitura de Mauá permitiu que o aditamento de contrato para a coleta de lixo vencesse na cidade e,  com a situação, a Lara deixou de atender a retirada dos resíduos nessa quarta-feira (30/10). Vários bairros foram atingidos, como o Zaíra. A administração do prefeito Atila Jacomussi (PSB) e a empresa não foram encontrados para se manifestar sobre o assunto.

Fontes consultadas pelo JNC afirmaram que o problema, no entanto, já foi resolvido. A empresa, que opera os serviços de lixo da cidade, há anos, estava trabalhando por meio de aditivo de contrato, com validade de um ano. Esse acordo venceu na terça-feira (29/9).

Tanto Prefeitura quanto Lara encaminharam o pedido à Justiça para validar um novo aditivo - o sexto- e aguardavam a liberação, que só teria saído no final da tarde desta quarta-feira.

O último aditivo registrado, em 2019, previa a validade de 12 meses, no valor de R$ 30.161.476,87 reais. Nos bastidores, a informação é a de que após os desdobramentos da operação Trato Feito, que culminou na varredura de contas da empresa e mandados de busca e apreensão nas residências dos donos, a Lara só teria aceito prestar os serviços após o aditamento ser referendado pela Justiça, o que teria atrasado o negócio e provocado a suspensão temporária dos serviços.

Os  caminhões e os lixeiros devem voltar a trabalhar normalmente ainda nesta madrugada.

Atila pediu permissão para renegociar dívidas

O prefeito  de Mauá conquistou há poucos dias a permissão para parcelar a longo prazo a dívida com a Lara. O projeto foi aprovado na última  semana e autoriza a divisão do passivo de R$ 29,8 milhões em 60 vezes, empurrando a quitação da dívida para 2025.

A proposta destaca que a negociação com a Lara resultou em desconto de 31,3% no valor total do passivo. Ocorre que, como o projeto estava estacionado na casa havia meses, o município terá, em tese, de pagar as parcelas retroativas, já que a negociação previa o vencimento da primeira mensalidade em 30 de março. De lá para cá, já se passaram seis meses, ou seja, acúmulo de parcelas (no valor de R$ 150 mil cada) que totalizam R$ 900 mil.

Para conseguir parcelar a dívida milionária, o município precisará assinar termo de confissão de dívida. Fontes consultadas pelo JNC negaram, no entanto, que o atraso nos pagamentos tenha ligação com a suspensão dos serviços nesta quarta.