Prefeito assinou decreto na mesma data em que pedia a exoneração de comissionados

Paula Cabrera

Depois de assinar um decreto para exonerar os servidores comissionados, o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), causou burburinho na cidade ao recontratar uma série de aliados políticos para voltar à administração após o período de campanha eleitoral. Nomes conhecidos do núcleo duro do socialista, as nomeações deram o que falar pelo alto salário. Os valores variam de R$ 7.300, como assessor especial, até R$ 9.200, como coordenador. Chamou atenção do meio político, o fato de os cargos serem ocupados por pessoas que não teriam formação superior, conforme exige a lei da reforma administrativa de Atila, ou mesmo exerçam funções típicas para as quais foram contratadas. O decreto com as nomeações foi assinado na última quinta-feira (10/12), um dia após a decisão de exonerar todos os comissionados.

A gestão tem 600 funcionários comissionados, contratados diretamente pela Prefeitura. A exoneração ocorrerá efetivamente em 31 de dezembro.
"Para garantir a celeridade no processo de exoneração dos servidores referidos no
art. 1° deste Decreto, nos dias 10, 11, 14, 15 e 16 de dezembro de 2020 deverão ser entregues na Gerência de Gestão e Desenvolvimento em RH — Secretaria de Administração e Modernização, os
seguintes documentos:  I - declaração de bens; II - baixa patrimonial", afirma o decreto assinado pelo prefeito.
Segundo o documento, os funcionários devem ainda fazer o exame demissional para receber a baixa na carteira e receber os valores referentes à rescisão. Além dos servidores diretos, Mauá tem contratação de terceiros, principalmente via FUABC (Fundação do ABC), mas não há informação sobre demissões dentro da entidade.