Gabinete do prefeito e secretaria coordenada por primeira dama receberam, juntas, R$ 750 mil

Paula Cabrera

O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), abriu um credito adicional - valor não previsto no orçamento- de quase R$ 10 milhões para pagar contas não previstas no início do ano nas faturas municipais. Chamou atenção, no entanto, que boa parte dos recursos foi disponibilizado para pagar pessoal e para concluir obras de pavimentação na cidade. Atila é candidato à reeleição neste ano e aparece a frente nas pesquisas de intenção de votos.
O decreto assinado pelo prefeito foi publicado no último dia 27 de outubro e prevê repassses para mais de 60 diferentes processos. A atitude de abrir  créditos costuma ser rotineira na administração pública, no entanto, o valor costuma ser bem menor e dificilmente ultrapassar a casa do R$ 1 milhão. Questionado sobre a situação, Atila não respondeu ao JNC.
O crédito aberto para o gabinete foi de R$ 500 mil "para apoio administrativo da chefia de gabinete do prefeito".
A secretaria coordenada pela primeira-dama, Andreia Rolom Rios, de Políticas Públicas para Mulheres, também recebeu R$ 250 mil para apoio administrativo. Juntas, as pastas receberam créditos de R$ 750 mil. O documento aponta créditos no mesmo sentido na maioria das secretarias municipais: finanças, governo, planejamento urbano, meio ambiente, defesa civil e trânsito e na mesma faixa de valor.
Já para "pavimentação, recapeamento e obras complementares de vias" o valor aberto de maneira adicional foi de R$ 1,2 milhão. Vale ressaltar que neste ano, diferentes obras tiveram início, incluindo pavimentação de ruas no Jardim Oratório, que segundo denuncias, não teria recebido drenagem apropriada. "É uma obra eleitoreira. Já estamos sofrendo com a situação", diz o morador de uma das vias que recebeu o benefício.
Questionado também sobre o caso, a administração de Atila também não respondeu.