Paula Cabrera
Ex-prefeito afirma que deve enxugar a máquina pública para melhorar investimentos na cidade
Paula Cabrera
Clóvis Volpi (PL) anunciou em dezembro que deve concorrer à Prefeitura de Ribeirão Pires neste ano e movimentou as mídias sociais. Uma das figuras políticas mais queridas da região, Volpi já tem massivo apoio nos bastidores político e afirma que a reestruturação de Ribeirão Pires passa pela diminuição no número de cargos na administração municipal.
"Hoje Ribeirão Pires tem cerca de 400 cargos comissionados e 21 secretários. São até R$ 38 milhões por ano gastos em folha de pagamento. Em quatro anos, isso leva a R$ 152 milhões. Nossa recuperação econômica passa por aí. Acredito que podemos economizar R$ 60 milhões, que podem ser investidos diretamente na saúde, um dos nossos principais desafios", diz.
Volpi fala da situação com conhecimento de causa. Foi eleito prefeito por dois mandatos em Ribeirão. Foi em sua administração, aliás, que a cidade recebeu as primeiras edições da festa mais famosa - o Festival do Chocolate. Com boa avaliação dos moradores, o prefeito elegeu seu sucessor em 2012. Em 2016, Volpi concorreu à Prefeitura de Mauá pelo PSDB e, mesmo com uma campanha modesta, quase tirou o então prefeito de Mauá, Donisete Braga (então no PT) do segundo turno. Volpi teve a expressiva votação de 37 mil eleitores, enquanto Donisete alcançou o segundo turno com 41 mil votos. "Em retrospecto, penso que devia ter retirado minha candidatura e apoiado Volpi", disse Donisete para o JNC no fim do ano passado. Brincadeiras à parte, o ex-chefe do Executivo mauaense não esconde o respeito e a admiração por Volpi. Não só ele, aliás. Oswaldo Dias (PT) e Adler Kiko Teixeira (PSDB), atual prefeito de Ribeirão, também são nomes que costumam pedir conselhos ao ex-prefeito. "Tenho muito tempo de vida pública e passei por muitos cargos nesse período. É normal hoje ter muita gente conhecida nos meios políticos. O Donisete, por exemplo, foi um grande parceiro na época em que era deputado estadual. Nos ajudou muito em Ribeirão Pires. Kiko foi um grande colega de partido e no Consórcio Intermunicipal. A política é isso. Tenho muito respeito por eles também", diz.
A decisão de concorrer novamente em Ribeirão Pires, aliás, foi tomada após muita reflexão. "O panorama que a cidade vive hoje nos aponta para isso" diz ele, discreto. Nos bastidores, é vista como impossível a reeleição de Kiko por condenações pela Lei da Ficha Limpa. O atual prefeito, no entanto, evita falar sobre o assunto que ainda corre na Justiça.
Volpi tem construído um bom apoio ao redor do seu nome. Com passagens pelo PSDB e o PV, ele tem boas relações com os partidos e também com a atual Câmara de vereadores de Ribeirão. "Conto com a ajuda de todos para poder colocar Ribeirão novamente como um destaque para a região, no turismo, na saúde e no progresso", diz.