Mais de 12 mensagens, de números diferentes, foram enviados ao celular de Marilza

Paula Cabrera com agências

A vice-prefeita de Rio Grande da Serra e pré-candidata à Prefeitura neste ano, Marilza de Oliveira (PSD), foi alvo de ataques homofóbicos por WhatsApp, foram mais de doze mensagens com o mesmo teor, feitos por números diferentes. Ela registrou BO (boletim de ocorrência) na delegacia da cidade.
A mensagem, anônima condena uma suposta união de Marilza com outra mulher, afirma que casamento ocore apenas entre homem e mulher, além de atribuir uma depressão ao ex-marido
Da vice-prefeita, Mário Carvalho da Silva, ex-vereador e ex-prefeito da cidade. Ele morreu no fim de 2015. “não quero uma prefeita casada com outra mulher para representar meu município. Não sou homofóbico tampouco misógino. Sou cristão e a Bíblia não ensina casamento de iguais. Sou brasileiro e nossa Constituição diz, no artigo 226, que família é homem, mulher e filhos”. O STF (Supremo Tribunal Federal), entretanto, reconhece casamento entre pessoas do mesmo sexo desde 2011.
Marilza explica que recebeu em seu celular as mensagens com conteúdo homofóbico e outros insultos acerca de sua conduta, “situações mentirosas que atingiram a honra da vítima”, afirmou no boletim de ocorrência. Foram ao menos 12 números telefônicos diferentes com o mesmo conteúdo – a maioria com DDD 47, de Santa Catarina, mas havia registro de DDD 11 (São Paulo) e DDD 21 (Rio de Janeiro) –, o que indica a existência de disparo automático.
No Brasil, desde 2019, homofobia é considerado crime dentro da lei 7.716/89 (Lei de Racismo), inafiancável e imprescritível, podendo ser punido com um a cinco anos de prisão e multa.
Nas mídias sociais o prefeito da cidade Gabriel Maranhão (Cidadania) condenou o caso e confirmou total apoio a Marilza.
"Não podemos deixar que a política seja utilizada para destruir vidas e a reputação familiar. A minha amiga e vice-prefeita, professora Marilza foi vítima de ataques mentirosos na tentativa de denegrir a imagem de uma mulher determinada e com mais de 30 anos lecionando em nossa cidade. Isso não iremos permitir", afirmou.